14718726_565139490361943_8533429687635100688_nFoi na aldeia Córrego do Meio, em Sidrolândia (MS), que aconteceu o 8º Congresso Nacional do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas) desse ano, no inicio de outubro. Além dos líderes e pastores, muitos jovens passaram por lá, saindo marcados pela experiência da expressão do amor de Cristo entre os índios. Thais, de 19 anos, e Kariny, de 20, contam pra gente a visão delas sobre o congresso. Ao final, confira imagens do Conplei (do acervo pessoal da Thais e da cobertura oficial do evento).

 

“Fui sem muitas expectativas, e confesso que fiquei extremamente surpreendida. Descobri nesses dias que o Conplei não é só um congresso, é muito mais. Não sei definir! Estar lá me proporcionou a experiência de conviver com mais de 30 etnias de mais de 10 países diferentes em perfeita harmonia. Isso é amor, isso é ser corpo de Cristo. Independente se você se sente vocacionado ou não, ir ao Conplei, na minha opinião, é uma experiência válida para qualquer cristão.”

Thais Falquer, 19 anos, natural de Campos dos Goytacazes, RJ. Estudante de Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa, peregrina e, antes de tudo, serva daquEle que a chamou.

 

“Se começasse contando sobre o 8º Congresso Nacional do Conplei com base nos números, diria que 2375 pessoas, de mais de 36 etnias, estiveram lá. Vários brasileiros, europeus, norte-americanos, vizinhos latino-americanos, asiáticos e até nigerianos. Se contasse dos projetos sociais, não poderia omitir a informação de que 820 pessoas tiveram atendimento médico/odontológico (Projeto Servir), 434 óculos de grau foram feitos (WA/IBBN), 10 mil peças de roupa (Associados do Conplei) e 100 filtros de água doados (WA). Esses números impressionam por evidenciar a diversidade que se reuniu na aldeia Córrego do Meio durante os dias 12 a 16 de outubro e por mostrar o serviço prestado aos que estavam lá. 

Os números, entretanto, não mostram a alegria estampada em cada rosto, fosse branco, preto, amarelo ou vermelho. Eles não fazem ouvir as várias línguas que louvavam. Nem relatam a comunhão que Cristo promove entre os diferentes. Na aldeia Córrego do Meio não havia distinção entre nacional e estrangeiro, entre indígena e não-indígena, entre reformados e pentecostais; todos comiam do mesmo pão e bebiam do mesmo mate. Cada um falava, comia, dançava, orava e cantava na sua própria língua, mas todos se entendiam.

Avaliar a igreja brasileira hoje sem considerar a igreja indígena é, sem dúvida, omitir os frutos do trabalho missionário de décadas. Trabalho esse que começou com estrangeiros, que teve continuidade com os nacionais (os brasileiros não-indígenas) e agora, de forma muito bela, tem ganhado protagonismo dos próprios indígenas.

Os congressos do Conplei, sobretudo o nacional, são momentos para conhecer essa igreja, saber como ela se organiza e identificar nela a mesma fé. Talvez, uma das coisas mais bonitas do cristianismo seja a ideia de um Deus para todos os povos, que não tem preferência geográfica ou de cor de pele. E, com certeza, a beleza do congresso foi ver pessoas de culturas tão diferentes se tratando como irmãos, partindo do mesmo pão.

Há beleza na diversidade dos membros do corpo de Cristo. Como no lema do Conplei, “em cada povo uma igreja genuinamente indígena!”

Kariny Dutra, 20 anos, natural de São Gonçalo, RJ. Licencianda em Letras na Universidade Federal de Viçosa, estuda língua e cultura indígena e é atraída por missões transculturais.

 

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