Oficina "Graffiti, Negritude e Racismo", ministrada por Café e Thainá.

Oficina “Graffiti, Negritude e Racismo”, ministrada por Café e Thainá.

Por Amanda Almeida 

Uma das tarefas mais difíceis para os participantes do Vocare 2016 foi selecionar algumas entre as 38 oficinas divididas em sete áreas durante a programação. Mas qualquer que fosse a escolha, a certeza era de que encontrariam nela capacitação para o serviço em suas vocações.

Para aqueles interessados em Comunicação e Arte, uma das opções foi a oficina “Tendências de um Mundo Conectado”, ministrada por Paulinho Degaspari, fundador do portal Irmãos.com (irmaos.com) e responsável pelo podcast de mesmo nome. Mantendo o site há 18 anos, o programador relatou aos oficineiros sua relação com a comunicação e uso da internet como ferramenta para o trabalho missionário.

Para ele, hoje nós não acessamos mais a internet, e sim vivemos a internet. Estamos documentando e sendo documentados constantemente, registrando todos os momentos. Assim, “nosso desafio como cristãos é encarar essa conectividade para proclamar a mensagem de Cristo da melhor forma”, afirmou Paulinho.

E os meios são muitos: vídeos, áudios e imagens, publicados nas mais diversas plataformas, com a possibilidade de alcançar muito além do que nossas comunidades locais. Mas, como lembrou Paulinho, “mais importante que o que publicar, é saber como se comportar nesse mundo no qual estamos imersos”.

Enquanto é preciso construir nosso posicionamento em relação à internet e mídias digitais, é necessário descontruir aquele que a igreja adotou, durante muito tempo, quanto às questões de etnias, como apresentado na oficina “Graffiti, Negritude e Racismo”, oferecida pelo casal de grafiteiros Café e Thainá.

Na atividade, o casal levou uma discussão social, sobre como se entender um homem negro ou mulher negra dentro da igreja cristã protestante. Abriram uma conversa sobre racismo, autoconhecimento e como transitar a negritude dentro da igreja, visto que estamos inseridos em uma sociedade que ainda vivencia um racismo estrutural.

“A arte me ajudou a me entender como um homem negro. Deus não errou com a minha estética, com a minha figura. Com a arte, entendi a obra desse Deus criativo e Criador, que fez todas as coisas boas”, declarou Café, que vê no grafitti uma possibilidade de transmitir algo de Deus para as pessoas.

Os oficineiros ainda apresentaram aos participantes a prática de manuseio do spray, como tirar um desenho do papel e colocá-lo na parede, e testes com formas geométricas e texturas. Ao final da atividade, os dois pintaram um painel, ilustrando aos alunos as técnicas abordadas. Você pode acompanhar o trabalho dos dois na página do Café e na página da Thainá.

• Amanda Almeida é jornalista e integra a equipe de comunicação da Ultimato no Vocare 2016.

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