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por Fabrícia Soares

“[…] e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.” (Mateus 7.24)

“Crie galinhas.” Quem nunca ouviu essa expressão? Depois das redes sociais, ela ficou ainda mais comum. Muito relacionada pela expressão “não crie expectativas”, “crie galinhas” (ou qualquer outro bicho) é um conselho, ou até mesmo um pedido de substituição: “você vai ganhar mais com isso do que com aquilo”, o que, de qualquer forma, não é de tudo mentira, acaba sendo uma troca justa.

Mas o que é ter expectativas? Não vamos confundir; ansiedade é algo diferente do tema que trataremos por aqui. É fato que, diante de algo que se espera, esses dois pontos sempre se cruzarão. Mas para que não fique algo no ar, já que citei o assunto ansiedade, não faz mal dar uma pincelada. Lembro-me de um conceito muito interessante que o Pr. Hernandes Dias Lopes publicou em sua rede social: “A ansiedade é o pecado por não confiar na providência divina”. Porém, segundo o dicionário, é a ausência de tranquilidade que muitas vezes pode desenvolver um quadro patológico. Se me permitem expressar minha opção, evidentemente me apegarei à primeira.

Quanto à expectativa, é a ação de esperar, ter esperança. E quem nunca teve ou terá esperança com relação ao tudo da vida? A esperança está entre os elementos descritos pelo apóstolo Paulo no tão conhecido capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios. Mas trataremos dessa esperança na forma de expectativas, e essas expectativas em alvos materiais, pessoas, projetos e tudo aquilo que define nossa humanidade.

O velho conselho “não crie expectativas, crie galinhas” é simplesmente pelo fato de colocarmos nossas realizações na ação de alguém ou na aquisição de algo tão desejado. Tá aí o porquê de vermos tantas pessoas insatisfeitas consigo mesmas e com o que possuem. Nem sempre o que desejamos é exatamente aquilo que precisamos. Insistimos em esperar pessoas, sentimentos e realizações que nos satisfazem apenas momentaneamente.

Nós, como “casa espiritual”, somos edificados sobre um fundamento, a base de tudo o que temos construído em nossas vidas. Se o nosso fundamento é Cristo, então não corremos o risco de sermos abalados como aquele que constrói sua casa sobre a areia. As expectativas tendem a serem frustradas e, se não estivermos bem alicerçados, nos frustramos junto com elas. Porque tudo o que esperamos – seja um casamento, uma nomeação, um intercâmbio ou uma graduação – está ligado ao nosso mundo, é passageiro. As pessoas mudam com o tempo, a beleza se esvai e os sentimentos também, as forças se esgotam. Nada será novo para sempre. E se estamos sobre essas “areias”, já sabemos muito bem qual será o nosso fim.

Porém, observe a rocha. Nunca se altera. Sempre permanece no mesmo lugar. O tempo não a diminui nem a aumenta. Permanece a mesma sempre. O salmista declarou: “Leva-me à rocha mais alta do que eu” (Salmo 61.2). Entendemos agora porque o adjetivo da rocha se encaixou perfeitamente em Jesus. Nele não há variação. Nunca retrocede. Seus caminhos são mais altos e os seus pensamentos mais elevados. Ele é o primeiro de tudo. Nele tudo subsiste. Ele opera tanto o querer como o realizar e dele provém toda a boa dádiva. Se há alguém em quem devemos esperar, certamente Ele é o primeiro.
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Fabrícia Soares mora em Teixeira de Freitas (BA) e escreve em seu blog.

 

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