Foto: Yasmin Pinheiro. http://www.flickr.com/photos/mimyrogers/

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Eles eram valentes, fortes. Não se intimidavam com as pressões ao seu redor. Pelo contrário, quanto mais pressão, melhor. Eram capazes de bloquear e impedir as ações vorazes de seus inimigos, que não eram poucos, nem pequenos. Diz-se até que o local que habitavam, que era o mesmo das batalhas, era onde estava o trono de Satanás. Quer mais?!

Mesmo sendo minoria, eles não abaixavam a sua bandeira, não se entregavam, não recuavam. Enfrentavam firmemente os ataques, as calúnias, as opressões. Eram corajosos! Dos guerreiros gigantes que se levantaram contra eles nenhum teve êxito. Eram como uma muralha de resistência. Impenetráveis, ou quase.

Em meio a toda luta, alguém diferente surgiu no meio dos bravos que enfrentavam os inimigos. Delicada, pequena, olhar cativante. Frágil, incapaz de fazer mal a qualquer um. Em vez de perigo, ofereceu presentes. Ninguém sabia de onde ela vinha, mas era tão inocente, tão inofensiva. Diante de homens tão valentes, o que poderia fazer!?

Alguns não confiaram nela, outros se aproximaram e demonstraram interesse e afeição. Tornando-se cada vez mais comum e familiar àqueles que vinham lutando e vencendo seus opositores, até aqueles que não confiaram e, por isso, não se aproximaram, acostumaram-se com a sua presença. Os outros, mais afeiçoados, ficaram cada vez mais envolvidos, desarmados, desatentos. Apaixonados.

Paixão cega, paixão surda, paixão vulcânica. Paixão que desarma, paixão que consome, paixão que desorganiza todo o ser. A sedução daquela pequena donzela sobre alguns daqueles homens comprometeu a vida e a segurança de todos. A tolerância dos não apaixonados para com a presença daquela “inofensiva sedutora” estava para comprometer a história de fidelidade e resistência. Aquela doce figura foi o veneno mais letal enviado pelo inimigo, foi sua arma mais destruidora, pois a força dos resistentes não estava nas armas que usavam, e sim nos valores que seu Grande Rei e Juiz havia deixado. Valores roubados, valores menosprezados diante do doce veneno.

As pequenas donzelas podem tornar-se mais eficazes e perigosas do que os gigantes guerreiros. As grandes lutas são travadas com atenção, foco e determinação, mas a sutileza e a sedução que corrompem valores podem penetrar sorrateiramente mentes e corações e causar os maiores estragos no meio de um povo.

Esta é a história da igreja de Pérgamo (leia Apocalipse 2.12-17). Posicionando-se diante dos grandes desafios, mas caindo diante das sutilezas e sedução do pecado, estava a ponto de ser destruída. No entanto, a história não acaba ai. A derrota não está decretada, nem a vitória. Tudo depende de uma condição. Só resta uma alternativa para todos, se quiserem continuar a sua história, a sua existência, a sua vitória: enxerguem o que estão fazendo! Mudem de atitude, acordem, arrependam-se! Essa mensagem é direcionada tanto para os afeiçoados quanto para os familiarizados com o pecado trasvestido de pequena donzela.

Só é possível sobreviver com o arrependimento. Arrependimento é rompimento, é mudança de direção, é “metanóia”. Acorde, identifique e rompa com as pequenas donzelas. Denuncie, afaste-se, não conviva com elas. Qualquer aproximação é andar de mãos dadas com a morte.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

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Rodolfo Gois é diretor pastoral do TeenStreet Brasil e pastor da IPIB de Maringá, PR.

 

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