Por Jeverton Ledo [Magrão]

A cada final de ano fazemos reflexões. Muitos se comprometem a fazer uma nova dieta, ir atrás de um novo e verdadeiro amor, mudar radicalmente sua vida e por aí vai…

Os encontros familiares são quase “unanimidade”. Eu não muito diferente de cada um de vocês, tive meu encontro familiar. Lembrei-me quando era pequeno e via minha mãe preparando pratos deliciosos nos dias que antecediam as festas. Mãos habilidosas e uma juventude cheia de energia contagiante.

Hoje, as mãos habilidosas da juventude estão trêmulas, a beleza continua ali naquele rosto singelo e terno, agora tomado pelas rugas e lutas de uma longa jornada. Já não há mais tanta energia para ficar horas na cozinha, mas o carinho, as palavras de sabedoria, as broncas como se eu ainda fosse um menino enchem a casa do bom perfume de um tempo que não volta mais.

O tempo agora ao seu lado parece ter um outro sabor, gosto de nostalgia, cheiro bom da presença de papai que se alegrava com minha chegada. Ah que saudade das cadeiras em frente a casa, das caminhadas no calçadão da praia e o mar com seus tons de azul.

Agora mais do que ser tomado pelas doces lembranças, estou inundado pela palavra de Deus viva dentro em mim, e mais do que os aromas, a festa e o encontro, o que perfuma o ambiente é a certeza de saber que Deus nunca desampara os seus. “Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência mendigar o pão”.

Esse encontro foi diferente. Estaria eu diferente? A linda senhora e seus cabelos brancos estaria diferente? Filhos quando crescem passam a ter um olhar diferente de seus pais. Eu estou crescendo?

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Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e capelão escolar.

  1. Bela reflexão…
    Como é bom ter a certeza de que Deus não desampara os seus!
    Vale a pena aproveitar cada momento da nossa vida e tentar tirar alguma lição de cada situação, de cada visita, de cada palavra …o tempo passa, mas as lembranças sempre ficam.

  2. Grande amigo, suas palavras sempre edificam meu coração. Esse texto me fez lembrar do Salmo 90.12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.”
    Envelhecer não é alternativo pra ninguém, mas ficar sábio é pra poucos…

  3. Meu final de ano foi de desencontros… um oceano entre mim e minha família e, pela primeira vez, passei minhas festas longe de tudo que é conhecido, familiar, aconchegante, cheio de lembranças.
    Mas o meu desencontro também levou-me a olhar para meus pais de maneira diferente. Que saudades!
    Será que estou diferente? Será que estou crescendo?
    Obrigada amigo pelas palavras e pelas reflexões que elas geraram 🙂

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