Por Fabrícia Soares

Ontem terminei de ler o evangelho de João em uma daquelas bíblias que contém as falas de Jesus grifadas de vermelho. Quando terminei o último capítulo e comecei o primeiro do livro de Atos, percebi que os grifos desapareceram. Senti-me como os discípulos quando viram Jesus subindo aos céus.

Mesmo que o mestre tenha prometido estar com eles até o fim, naquele momento eles sentiram saudade, assim como eu senti falta das palavrasem vermelho. Eu estava tão acostumada em ler aquelas linhas. A partir do capítulo quatorze então, as folhas ficaram cheias de letras vermelhas, eu não estava lendo a narração de João, mas as próprias palavras de Jesus.

De início, é muito estranho não ter mais por perto aquilo que era tão familiar no nosso convívio. Sentimos falta e ficamos pensando nos momentos que vivemos. Jesus, antes da sua morte, tinha dito aos discípulos que eles não mais o veriam, mas que ele sempre estaria por perto.

Fico imaginando os dias dos discípulos depois da ida de Jesus. Está escrito no livro de Atos que eles ficaram reunidos orando constantemente, mas arrisco dizer que eles falaram e relembraram os bons momentos com Jesus várias vezes.

Pessoas veem e vão em nossas vidas. Elas não são eternas, assim como nós não somos. Um dia elas se ausentarão do nosso convívio ou nós nos ausentaremos do convívio delas. Deus quer nos levar a lugares que certamente juntos não chegaríamos. Por isso que, às vezes, ele nos separa fisicamente. Jesus precisava ir. Se ele não fosse, o Consolador não viria. Se o Consolador não viesse, os discípulos não entenderiam o que Jesus fez e o evangelho não teria sido propagado.

Jesus sempre alertou os discípulos que o dia da sua crucificação estava chegando. Temos que estar sempre prontos para deixar o outro ir, deixá-lo seguir a carreira que lhe está proposta e, assim, seguir a nossa também.

Certamente o Senhor nos levará a caminhos altos, mas se ele quiser que trilhemos sozinhos ou em companhia de outras pessoas, ele próprio fará isso. E com aqueles que nós deixamos para trás ou que nos deixaram e perdemos o contato, certamente nos encontraremos no Grande Dia.

Vamos nos lembrar sempre dos bons momentos, orar por aqueles que não vemos mais e nos alegrar, porque certamente um dos motivos para o qual o Senhor voltou ao Pai foi exatamente para nos preparar um lugar.

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Fabrícia Soares, 22 anos, mora em Teixeira de Freitas (BA) e escreve no blog “Meus Escritos

  1. talvez ela não saiba, mas eu sempre passo pelo blog para ler os artigos. rsrs – Minha amiga Fabricia, o Senhor está lhe usando para falar com muitas pessoas… continue.. escrever é talento e você está mostrando que tem. Deus te abençoe. Te amo no amor de Cristo Jesus. E eu não poderia deixar de lhe prestigiar.

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