Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria! A terra está cheia de seres que criaste. Salmos 104.24

Para C. S. Lewis, o salmo 104 expressa a satisfação do salmista diante da natureza. Ele começa pela narrativa da criação em Gênesis 1, seguindo mais ou menos a mesma ordem, e descrevendo, com grande beleza poética, como Deus fez e sustenta os céus e a terra (v. 1-9).

Na segunda metade do salmo, o salmista mostra como Deus providencia alimento, bebida e abrigo aos passarinhos e aos animais selvagens da terra (v. 10-23). Ecologia talvez seja um termo excessivamente científico para ser aplicado aqui, mas sem dúvida é a isto que o autor está se referindo. Ele está maravilhado com a forma como Deus ajustou os recursos da natureza às necessidades dos seres vivos e vice-versa.

Alimento e preservação da vida são necessidades básicas de todas as criaturas, e o salmista atribui a primeira à mão aberta de Deus e a segunda ao sopro reanimador do fôlego de Deus. Quando ele esconde o seu rosto, o fôlego lhes é retirado. Para os nossos ouvidos modernos isso talvez soe singelo demais. É claro que a linguagem do salmista é figurativa, tanto pelo uso de recursos poéticos, quanto pelas imagens antropomórficas.

Mas por trás dessas imagens, a verdade de Deus permanece. Deus, o Criador, é o Senhor da sua criação. Ele não abdicou de seu trono. Ele governa sobre toda a criação. Nenhum cristão pode ter uma visão mecanicista da natureza. O universo não é uma máquina gigante que opera por leis inflexíveis. Assim também, Deus não está sujeito a nenhuma de suas leis. O termo “lei da natureza” é apenas uma expressão convencional que denota a consistência da obra de Deus. Ele está vivo e ativo no mundo que ele criou, e dependemos dele para nos dar “vida, fôlego e as demais coisas” (At 17.25). Assim é correto agradecer a Deus não só por ele ter nos criado, mas também por preservar nossas vidas.

Para saber mais: Salmos 104.10-31

Texto retirado de A Bíblia toda, o ano todo, Editora Ultimato.

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