Que Jesus exerceu uma influência poderosa no desenvolvimento da história humana é amplamente reconhecido pelos historiadores. Eis o sumário apresentado por Kenneth Scott Latourette no final de seu sétimo volume:

Neste mundo de homens, com suas aspirações e lutas… apareceu um, nascido de mulher… Para maioria de… seus contemporâneos ele parecia um fracasso… Mas nenhuma vida que jamais viveu nesse planeta tem influenciado tanto os assuntos dos homens. Dela cresceu a maior comunidade quase universal, a igreja cristã, que o homem conheceu…

Daquela breve vida e sua aparente frustração brotou uma força mais poderosa para o resultado triunfal da longa batalha do homem do que qualquer outra jamais conhecida pela raça humana. Por meio dela milhões tiveram resolvidos seus conflitos interiores em vitórias progressivas contra seus impulsos mais baixos. Por meio dela milhões tem sido sustentados nas maiores tragédias da vida, saindo radiantes. Por meio dela centenas de milhões têm sido tirados do analfabetismo e da ignorância e colocados no caminho de uma crescente liberdade intelectual e de um controle sobre o ambiente físico. Ela tem feito mais para abrandar os sofrimentos de doenças e fomes do que qualquer outro impulso conhecido pelos homens. Ela tem emancipado milhões de escravidão servil e milhões da servidão a vícios. Ela tem protegido dezenas de milhões da exploração por seus iguais. Ela tem sido a fonte mais frutífera de movimentos para amainar os horrores da guerra e para estabelecer as relações entre homens e nações sobre bases de justiça e paz.1

Isso não significa que todos esses progressos possam ser atribuídos exclusivamente à influência de Jesus Cristo, pois muitas outras pessoas deixaram uma marca sadia na sociedade. Também não se pretende afirmar que o relato dos cristãos tenha sido imaculado, pois tem sido lamentavelmente manchado por pontosa cegos e erros de que nos envergonhamos. Entretanto, em toda parte e em cada geração, sempre que o nome e a história de Jesus são conhecidos, pode-se perceber a natureza radical de sua influência.

Por trás de todo empreendimento científico de peso está a crença na racionalidade e uniformidade da ordem criada nela forjadas por seu Criador.

Por trás do processo democrático está o paradoxo de nossa humanidade ensinada por Jesus – nossa dignidade pela criação, exigindo que sejamos governados só por consentimento, e nossa depravação pela desobediência, exigindo que se empregue o poder político.

Por trás da campanha pela educação universal está o respeito a Jesus pelas crianças, exigindo o desenvolvimento do potencial que elas receberam de Deus.

Por trás de nossa luta pela justiça e pelos direitos humanos, por melhores condições numa fábrica, mina e prisão, e pela saúde das pessoas quanto ao corpo, mente, alma e comunidade está o valor de cada ser humano por quem Jesus viveu e morreu.

Por trás do corrente interesse pelo ambiente natural está o chamado para sermos mordomos responsáveis daquilo que Jesus herdou dos primeiros capítulos de Gênesis, mesmo que seus seguidores tenham sido lentos em discernir sua obrigação.

Por trás da busca de relacionamentos raciais harmoniosos está a convicção da igualdade fundamental de todos os seres humanos, feitos à imagem de Deus, independentemente de cor, cultura ou credo, o que Jesus ensinou em sua parábola do Bom Samaritano.

Por trás das famílias humanas como alicerce da sociedade humana está a instituição divina da monogamia heterossexual que Jesus endossou, juntamente com os limites sexuais saudáveis por ela pressuposta.

Todos estes princípios sociais básicos foram ensinados e/ou confirmados direta ou indiretamente por palavras e atos, atitudes e exemplos de Jesus Cristo.

Nota:
1 S. C. Neil e N. T Wright, The Interpretation of New Testament 1861 – 1986 (1964; OUP, 2.ed. 1988), p.19.
Texto publicado em O Incomparável Cristo, de John Stott, ABU Editora.

 

A VIDA EM CRISTO | JOHN STOTT

A fé cristã e a vida cristã autênticas têm como base a centralidade de Jesus Cristo. O que isso significa?

Prático e fácil de ler, A VIDA EM CRISTO apresenta as implicações da vida cristã a partir das “preposições” usadas no Novo Testamento. Para John Stott, viver em Cristo, por meio de Cristo, sob Cristo, com Cristo, por Cristo e para Cristo mostra os diferentes aspectos do relacionamento com ele e, em cada caso, com o próprio Jesus Cristo no centro.


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