A partir da última semana de novembro, dá-se início ao Advento, evento do calendário litúrgico cristão que não é apenas mais uma comemoração, mas uma oportunidade de retornar às fontes primárias da identidade cristã e de celebrar corretamente o Natal.

No período do Advento, é possível reviver a história do Antigo Testamento, que inclui os feitos de Deus desde a criação até o nascimento de Cristo, entender porque nesta data convencional e cultural (25 de dezembro) comemora-se a encarnação do Filho de Deus e que diferença isso faz na experiência da humanidade.

O Advento é um dos períodos ao redor dos quais as meditações do livro A Bíblia Toda o Ano Todo, de John Stott, foram escritas. Os textos sobre o anúncio da vinda de Jesus no Antigo Testamento, seu nascimento e eventos relacionados e como diferentes pessoas responderam à sua chegada, reunidos em conjuntos intitulados “Imagens do Messias”, “A natividade” e “Respostas ao Natal”, podem ser uma excelente maneira de retomar e refletir sobre o sentido e importância do Natal.

A seguir disponibilizamos uma dessas meditações para que você, sua família e seu grupo de estudo comecem já a rememorar, recuperar o sentido e celebrar o Natal.

A anunciação

Deus enviou o anjo Gabriel a Nazaré, cidade da Galileia, a uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado José. (Lucas 1.26-27)

Após quatrocentos anos de espera silenciosa, de repente Deus quebra o silêncio, não através de um profeta, mas de um anjo. A mensagem que Gabriel trouxe a Nazaré deixou Maria perplexa — em parte porque ela seria mãe, embora fosse solteira e virgem, e em parte por causa dos três títulos superlativos que seu filho receberia.

Annunciation, de Alphonso

Annunciation, de Alphonso

Primeiro, ele se chamaria Jesus, indicando que receberia uma missão salvadora.

Segundo, ele seria grande, pois receberia o nome acima de qualquer outro nome, o de Filho do Altíssimo. Maria não entendeu o significado desta expressão da mesma forma que nós o entendemos quando dizemos que Jesus é o Filho de Deus, mas certamente ele seria o Messias, uma vez que Filho de Deus era um título reconhecidamente messiânico (veja Sl 2.7-8).

Terceiro, ele reinaria sobre Israel para sempre. Na verdade, seu reino nunca teria fim.

Salvador, Filho e Rei — foram esses três títulos que o anjo disse a Maria que ele receberia..

Não é à toa que Maria ficou “perturbada” (Lc 1.29), ou mesmo confusa com a mensagem do anjo. Ela então perguntou a ele como tudo isso aconteceria. E Gabriel respondeu de forma majestosa: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, sua parenta, terá um filho na velhice; aquela que diziam ser estéril já está em seu sexto mês de gestação. Pois nada é impossível para Deus” (v. 35-37). O nascimento virginal será o tema de duas de nossas reflexões desta semana, mas antes devemos examinar o Cântico de Maria.

Leitura recomendada: Lucas 1.26-32

Texto retirado do livro A Bíblia Toda o Ano Todo, de John Stott.

Imagem: The Bible Through Asian Eyes

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