Nós precisamos buscar a Deus. Deus nos buscou. Ele ainda está nos buscando. Mas nós também devemos buscá-lo. Na verdade, a divergência principal entre Deus e o homem está no fato de que o homem não busca a Deus.

“Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” (Salmos 14.2-3)

Jesus, no entanto, prometeu: “Busquem, e encontrarão”. Se não buscarmos, nunca encontraremos. O pastor procurou pela ovelha perdida até encontrá-la. A mulher procurou a moeda desaparecida até achá-la. Por que achamos que conosco seria diferente? Deus deseja ser encontrado, mas somente por aqueles que o buscam.

Devemos buscar diligentemente. “O homem é tão preguiçoso quanto ousa ser”, escreveu Emerson. Isso é muito sério; precisamos vencer nossa preguiça e apatia natural e concentrar forças para buscar a Deus. Deus tem pouca paciência com os preguiçosos; ele “é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).

Devemos buscar humildemente. Se a preguiça é um empecilho para alguns, o orgulho pode ser um obstáculo ainda maior para outros. Precisamos reconhecer que nossas mentes limitadas são incapazes de buscar a Deus pelo seu próprio esforço, sem que ele se revele. Isso não significa que não podemos pensar de forma racional. Ao contrário, o salmista nos diz que não devemos ser como o cavalo ou a mula, sem entendimento. Devemos usar nossas mentes, mas devemos também admitir nossas limitações. Jesus disse:

“Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.”

É por isso que Jesus ama as crianças. Elas são ensináveis. Não são orgulhosas, presunçosas ou críticas. Nós precisamos ter a mente aberta, humilde e receptiva de uma criancinha.

Devemos buscar honestamente. Devemos nos aproximar da revelação de Deus não só sem orgulho, mas também sem preconceito; não só com uma mente humilde, mas também com uma mente aberta. Os estudiosos sabem o quanto é perigoso se aproximar de um objeto de estudo com ideias pré-concebidas. No entanto, muitos questionadores se aproximam da Bíblia com suas cabeças já “feitas”. A promessa de Deus, no entanto, é endereçada somente àqueles que buscam com sinceridade: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). Devemos, portanto, deixar de lado nossos preconceitos e abrir nossas mentes para a possibilidade de que o cristianismo seja verdadeiro.

Devemos buscar obedientemente. Essa é a condição mais difícil de ser atendida. Ao buscar a Deus, devemos nos preparar não apenas para rever nossos conceitos, mas também para mudar nosso estilo de vida. A mensagem cristã possui um desafio moral. Se ela é verdadeira, o desafio moral tem de ser aceito. Deus, portanto, não é um objeto a ser examinado de forma minuciosa e imparcial pelo homem. Você não pode colocar Deus na lente de um telescópio ou de um microscópio e dizer: “Que interessante!” Deus não é interessante. Ele é profundamente perturbador.

Texto originalmente publicado no livro Cristianismo Básico, páginas 18-21. Editora Ultimato.

 

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