O firmamento nos altos, pródigo,

e inteiro o intangível céu índigo,

onde nuvens se espargem: moldura brilhante,

do seu grande Original anunciante;

O sol infatigável, dia após dia,

do Autor excelso os poderes irradia,

e publica a cada povo e nação,

a obra da onipotente mão.

Se noturnas sombras vêm caindo,

surge logo a lua com seu conto estupendo,

noite após noite à terra que a escuta,

do seu nascimento a história reconta;

Enquanto estrelas tantas orlam o seu clarão,

até os planetas todos no mesmo rodeio vão,

com as alvíssaras no passeio confirmando,

de um polo ao outro a verdade alastrando.

Que importa se redor do globo escuro,

movam-se todos em silêncio tão austero?

Que importa se som ou voz realmente

nenhuma se ouve em toda orbe resplandecente?

Pois todos celebram, aos ouvidos da razão,

por vozes alegres em gloriosa expressão,

Com suma radiância em canto imortal:

“A mão que nos fez é a mão divinal!”

 

Tradução minha do poema de Joseph Addison, ‘Ode à Glória de Deus’, primeiramente publicado em The Spectator, no. 465, 1712. Inspirado no Salmo 19.

O poema acima aparecerá no livro “O Teste da Fé: Jornadas Espirituais com Cientistas”, lançamento da Ultimato para 2013!