Segundo o filósofo ateu André Comte-Sponville, a esperança é “a maior tortura que existe”, e a felicidade real deve ser “desesperada” e sem sonhos. Mas a esperança só é tortura para quem não compreende que Jesus ressuscitou, e que isso definiu o destino do mundo. Esperança é tortura para quem não tem nem quer ter esperança.

Para o cristão, esperança é uma criança ao pé da árvore de natal: o presente está lá, e ela sabe disso. Ela o viu ser comprado, e conhece quem lhe comprou. Para ela não é uma questão de sonho, é uma questão de tempo.

Num ponto Sponville está certo: o homem que rejeita a Jesus não tem o direito de usar a palavra “Esperança”. Pode até tentar contrabandeá-la, carregá-la escondida na bolsa, dizer “eu também tenho”; invocá-la na utopia política, no consolo ao amigo, na canção à beira do fogo, no cinema, mas não adianta. Tudo não passará de misticismo semântico.

A palavra Esperança só acende em uma tomada: a Páscoa judaico-cristã. Pois somente nela sabemos (e não apenas desejamos) que temos um futuro, que o universo faz sentido, e que cada momento que vivemos vale a pena.