Leia: Mateus 2.1-12

Ouço o som de buzinas e de autofalantes. Em seguida, vejo o caminhão com várias pessoas sobre a carroceria e com um grande número de pacotes coloridos passar chamando a criançada. Após o caminhão seguem vários carros de apoio.
A carreata do bem acontece todo final do ano. Ela percorre a rua de minha casa e segue até o final do bairro onde moram pessoas de condições humildes.
Lá chegando, é feita a distribuição de presentes às crianças. Terminada a entrega, algumas passam em frente de casa. Da janela de meu quarto consigo ver as carinhas de alegria. Não importa se a boneca é uma imitação de grifes famosas, ou se a bola de plástico dali a alguns dias estará furada, ou mesmo se o carrinho logo perderá as rodas.
Não importa. O fato é que essas crianças, tomadas de alegria, foram lembradas. Pessoas vieram até elas e trouxeram presentes. Que alegria! Em um mundo desumano e de apagamentos sociais, lembrar de uma criança pobre significa muito.
Os pais ficam gratos. Afinal, por mais baratos que sejam os presentes, liberam o pouco de dinheiro que possuem para comprar talvez um panetone, ou, quem sabe, com um pouco mais de esforço, uma carne que poderá até ser a surpresa da ceia humilde de natal.
O texto bíblico indicado acima testemunha a sensibilidade de pessoas importantes que se lembraram de uma humilde criança na Palestina.
Embora o relato se revista de tensões, afinal, o falso rei Herodes deseja utilizar os magos para seus intentos assassinos, há nele também um elemento de delicadeza e de alegria. Protegidos por Deus, os magos conseguem se desvencilhar das garras de Herodes e, dirigidos pela estrela, chegam à humilde Belém e visitam a criança.
Imagine a surpresa da família de Jesus ao ver aqueles homens, certamente muito bem vestidos, com ares aristocráticos, entrarem na pequena casa e, após saudarem seus moradores, depositarem presentes diante daquela pequena e pobre criança!
O recém-nascido era considerado por eles o rei dos judeus. Claro que a sequência do evangelho de Mateus corrigirá essa visão demonstrando que Jesus é o rei do universo, senhor de tudo e de todos. Mas, naquele momento, reconhecer aquela criança como rei dos judeus era muita coisa.
O texto revela que eles estavam cheios de alegria e de júbilo. Sim, pois eles faziam parte do restrito círculo de pessoas que conseguiram ver e reconhecer o menino Jesus. E mais, tiveram o privilégio de presenteá-lo. O texto silencia a respeito da reação da criança. Certamente não entendeu o que ocorria ao seu redor. Também não relata a reação de Maria. O mais importante é realçar a alegria de quem presenteia.
Sim, é verdade. As pessoas que passam diante de casa são as mais felizes, mais até do que as crianças que recebem os presentes. E têm razão para isso. Afinal, elas são privilegiadas por poderem dar presentes. E para crianças que precisam deles.
Que tal, neste Natal, levar presentes para crianças carentes? Para um orfanato, para uma entidade de assistência social. Existem tantas! Ao dar presentes, pense no menino Jesus, pense que poderá alegrar, em nome de Jesus Cristo, crianças que talvez, sem você, permanecerão esquecidas neste natal.
Ouça a canção na voz de Ivan Lins. Medite. Ore. Compartilhe. http://www.youtube.com/watch?v=upsyx4X5bH8
João Leonel

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