US Astronaut AuctionEra 20 de julho de 1969. Eu, ainda garoto, acompanhava pela televisão o lançamento do foguete espacial Apollo 11. Assim que o foguete ganhou as nuvens, saí correndo para o quintal. Imaginava que, com um pouco de sorte, poderia ver o foguete passando em sua viagem para a Lua. Um momento mágico e inesquecível em minha vida: eu, no quintal da minha casa, num dia de sol, tentando observar o voo dos astronautas.

Mais tarde, acompanharia as cenas do pouso da espaçonave em solo lunar. Mais emoção ainda. Minha imaginação de menino estava lá, dando aqueles primeiros passos, “apenas um pequeno passo para um homem, mas um passo gigantesco para a humanidade”.

Hoje, ao ler um artigo de jornal, surpreendi-me com os depoimentos de Buzz Aldrin e Neil Armstrong sobre aquele dia. Os dois queriam comemorar aquele momento partindo o pão e o vinho, celebrando a santa ceia do Senhor. E foi o que fizeram, antes de sair da espaçonave, pisar no solo lunar e fincar a bandeira norte-americana. Queriam que o momento da ceia fosse transmitido para todo o mundo via satélite. Foram proibidos pela NASA, que estava sendo processada por uma cientista ateia por conta da missão Apolo 8, em que foi lido publicamente o texto bíblico de Gênesis 1.

Aldrin era presbítero da Webster Presbyterian Church, em Webster, Texas, e algumas semanas antes havia falado com seu pastor, Dean Woodruff,  sobre sua ideia de marcar a maravilha e o mistério dessa aventura de pousar na lua. Aldrin escreve sobre isso: “Queríamos expressar nosso sentimento de que o que a humanidade estava fazendo em sua missão transcendia a eletrônica, os computadores e os foguetes”. Daí surgiu a ideia de celebrar o momento com a beleza simbólica da comunhão, com pão e vinho.

Aldrin levou para sua viagem espacial, junto com coisas pessoais, um pouco de pão, um pouquinho de vinho, um pequenino cálice de prata.

Um ano depois, ele escreveria na revista Guideposts:

Logo depois do horário de nosso horário de refeição, Neil daria o sinal para descer a escada até a superfície empoeirada da Lua. Aquele era o momento para a comunhão.

Então, desempacotei os elementos. Coloquei-os na mesinha na frente do computador com o sistema de abortamento, juntamente com o texto das Escrituras que havia copiado num papel.

Então entrei em contato com Houston.

“Houston, aqui é Eagle. Aqui é o piloto LM falando. Gostaria de pedir alguns minutos de silêncio. Gostaria de convidar cada pessoa que estiver ouvindo, onde quer que esteja e quem quer que seja, que contemple por um instante os eventos das últimas horas e que dê graças à sua maneira”.

No rádio, o silêncio total. Eu abri o pequeno saco plástico contendo o pão e o vinho.

Derramei o vinho no cálice que ganhei de nossa igreja. Com a gravidade lunar, que corresponde a 1/6 da gravidade da Terra, o vinho ondulou-se lentamente e graciosamente ao lado do taça. Era interessante pensar que o primeiro líquido a ser derramado na lua e o primeiro alimento a ser comido ali, seriam os elementos da comunhão.

Antes da comunhão, Aldrin leu silenciosamente a passagem da Bíblia que havia escrito num pedaço de papel: “Eu sou a videira, vocês são os ramos. Todo o que permanece em mim, e eu nele, dará muito fruto; pois sem mim nada podeis fazer” (João 15:5).

 

Esse bilhete está entre as peças leiloadas pela NASA em 2007.

US Astronaut Auction

 

[Fonte das informações: Yasmine Hafiz. “The Moon Communion of Buzz Adrin that NASA Didn’t Want do Brodacast. Disponível em: http://www.huffingtonpost.com/2014/07/19/moon-communion-buzz-aldrin_n_5600648.html?icid=maing-grid7%7Cmain5%7Cdl11%7Csec1_lnk3%26pLid%3D504157]

 

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