christ among doctorsLeia: Lucas 2.41-52

 

Passadas as comemorações natalinas, quase que imediatamente somos tomados por nova preocupação: as festividades da passagem de ano.

É incrível como de um sentimento cristão migramos para outro totalmente secular. Se há uma semana fazíamos votos de bênçãos divinas aos amigos e familiares e nos lembrávamos de crianças pobres e de velhinhos abandonados, agora pensamos em nós. Em NÓS.

Planejamos o novo ano, refletimos sobre o que não deu certo no ano que se encerra, fazemos votos de que iremos melhorar a nós mesmos, a pais, filhos, amigos, chefes etc., etc., etc.

É, o presépio acaba jogado em um canto e em seu lugar surgem o computador, a agenda de compromissos e o caderninho de contatos (claro, eles podem estar todos juntos em um tablet).

Terminadas as celebrações da Páscoa em Jerusalém, José, Maria e o menino Jesus, agora com 12 anos, se preparam para retornar para Nazaré. Várias famílias viajam juntas por motivo de segurança e também para que se ajudem durante a jornada. A viagem é o momento de refletir na vida que segue. Os rituais religiosos, os sacrifícios, as visitas ao Templo ficam para trás. Agora é necessário pensar na volta às atividades cotidianas, aquelas que põem pão à mesa.

Ao final do primeiro dia de caminhada, José e Maria se perguntam pelo paradeiro de Jesus. É provável que esteja com as crianças de parentes ou de amigos. Perguntam daqui, chamam dali, e nada. Depois de algum tempo se dão conta de que o filho sumiu. Eles perderam o menino!

O casal faz o trajeto de volta a Jerusalém. Pensam que talvez o filho tivesse sido atacado por ladrões, espancado por adolescentes, ou talvez coisa pior. Não. Eles irão encontrá-lo no Templo, três dias depois, conversando com doutores da Lei.

As preocupações com a vida diária levaram aqueles pais a perderem o filho. Ele, Jesus, estava onde sempre estará a partir daquele momento: rodeado de pessoas e falando do Pai.

Quanto a nós, trancafiaremos o presépio em uma caixa de papelão e a esconderemos em um armário durante todo o ano que se aproxima?

Perderemos, nós também o filho?

Ouça a sublime canção “É nele”, de Stênio Marcius. Medite. Ore. Compartilhe. http://www.youtube.com/watch?v=DQA2DxenR8M

 

João Leonel

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *