canção para pedro
As ondas calmas do mar da Galiléia batiam na areia da praia. Os irmãos Pedro e André consertavam as redes. Eles estavam cansados, mas havia muita coisa para fazer.
— Pois é André, hoje a pesca foi boa.
— É mesmo, Pedro. Olha só que peixão!
Eles acreditavam que um dia o Filho de Deus visitaria a terra. Enquanto conversavam, alguém se aproximou. Era Jesus que veio até eles para fazer um grande convite:
— Eu sei que vocês conhecem o mar e sabem pescar muito bem. Mas eu quero convidá-los para outro tipo de pescaria. Venham comigo para serem pescadores de gente.
Pedro e André ficaram muito alegres e surpresos com o convite de Jesus. Sentiram dentro de si um desejo muito grande de seguir este homem de Nazaré. E foi o que fizeram.
Pedro e André nasceram e cresceram na cidade de Cafarnaum. Ali aprenderam a pescar e conheceram seus amigos:
— Como é gostoso viver aqui na beira desse mar da Galiléia! Mas precisamos ir para outras terras enfrentar novos desafios — pensou Pedro.
E lá se foram eles a seguir Jesus.
Certa vez, alguns homens foram até Pedro perguntar se Jesus pagava os impostos corretamente. Pedro foi até Jesus e recebeu dele uma ordem absurda:
— Pedro, vá até o lago e jogue o anzol. Puxe o primeiro peixe que pegar e você encontrará dentro da boca dele uma moeda. Com ela pagaremos os nossos impostos.
Dito e feito. Pedro foi ao lago, pescou um peixe e dentro dele encontrou a moeda.
Certo dia Jesus foi para um lugar deserto para ficar sozinho e orar um pouco. Mas não teve jeito, uma grande multidão veio atrás dele, gente de muitos lugares distantes. Eles que haviam caminhado muitos quilômetros só para estar pertinho de Jesus e ouvir suas palavras de amor.
De tardinha, Pedro e os seus amigos foram falar com Jesus:
— Senhor, já é muito tarde, e este lugar é deserto. Manda essa gente embora para que possam comprar comida!
— Eles não têm que ir embora. Vocês é que têm de alimentá-los — Jesus respondeu.
— Mas Mestre, é gente demais! São mais de 5.000 pessoas e nós só temos cinco pães e dois peixes!
— Tragam os pães e os peixes aqui — disse Jesus.
Eles trouxeram os pães. Jesus mandou o povo se sentar na grama, deu graças ao Pai pelo alimento e entregou para que repartissem.
Todos se alimentaram e ficaram satisfeitos, e ainda sobraram doze cestos cheios de pão.
Depois daquele jantar maravilhoso no deserto, Jesus despediu os discípulos:
— Olha, vocês vão na minha frente. Entrem no barco e vão para o outro lado do lago, enquanto eu me despeço desse povo. Além do mais, preciso de um tempo para orar.
Os discípulos entraram no barco e foram remando e remando contra o vento forte. Já passava das três horas da madrugada quando viram um homem caminhando sobre as águas. Levaram aquele susto:
— É um fantasma! — gritaram eles.
Mas o homem respondeu:
— Não tenham medo, não! Sou eu, Jesus, o Mestre de vocês!
Pedro ficou assustado e desafiou:
— Se é o senhor mesmo que está aí, então faz com que eu também ande em cima das águas!
— Vem! — respondeu Jesus.
E Pedro foi, com a cara e a coragem. Quer dizer, só com a cara. Quando ele sentiu a força do vento, faltou coragem. Pedro começou a afundar. Então gritou:
— Socorro, Senhor!
Na mesma hora Jesus estendeu a mão e o segurou.
Assim Pedro foi percebendo que Jesus era alguém muito especial: o Filho de Deus, o Salvador prometido.
Certa vez Pedro perguntou:
— Senhor, quantas vezes devo perdoar alguém que me ofende? Sete vezes?
—Não apenas sete vezes—respondeu Jesus—mas setenta vezes sete.
Na verdade, Cristo quis dizer a Pedro que a gente tem que perdoar sempre.
Quando a Festa da Páscoa estava chegando. Jesus convidou os discípulos para ficarem juntos e jantarem. Na hora da ceia, Jesus pegou uma toalha e amarrou-a na cintura, depois tomou uma bacia com água e começou a lavar e enxugar os pés dos seus discípulos.
Pedro achou aquilo muito estranho:
— O senhor vai lavar os meus pés?
— Pedro, agora tu não entendes o que estou fazendo, mas mais tarde entenderás!
— O Senhor nunca lavará meus pés!
— Se eu não lavar, tu não serás mais meu discípulo! — disse Jesus.
— Ah, Senhor, se é assim eu quero que me laves, não somente os pés, mas também minhas mãos e minha cabeça! — disse Pedro.
— Calma, Pedro! Você já tomou banho, já está limpo. O seu coração já foi lavado pela minha palavra — disse Jesus.
O que Cristo queria ensinar é que a gente precisa aprender a servir e ajudar as outras pessoas. Isto não é fácil, e só se consegue com muito esforço e com muito amor.
A vida de Pedro tem muitas lições de força e fraqueza, coragem e medo, dúvida e fé. Quando Jesus foi preso, Pedro foi o primeiro a tentar defendê-lo. Mas naquela mesma noite, cheio de medo, ele negou que era amigo de Jesus.
Mais tarde, já ressuscitado, Jesus apareceu numa praia, enquanto os discípulos pescavam. Pedro foi o primeiro a reconhecê-lo e lançou-se ao mar para encontrá-lo. Jesus trouxe novos desafios a ele:
— Pedro, tu me amas?
— É claro, Senhor!
— Então cuida das minhas ovelhas.
Bom, junto com os demais discípulso, Pedro tornou-se um grande pastor do povo de Deus e um grande pescador de gente para Jesus.
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Senhor, Senhor, aumenta a nossa fé
E faz-nos querer um mundo melhor, melhor do que ele é.
Senhor, Senhor, aumenta a nossa fé
E faz-nos chegar na beira do céu na ponta do nosso pé.
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O mar é tão vasto e verde, Senhor,
Profundo como ele só.
A mente vacila, a alma equilibra
A vida que não tem dó.
O barco é tão pequenino, Senhor,
Menor do que um coração.
Mais forte que toda a onda, Senhor,
É a força do teu perdão.
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O vento que sopra forte
Retalha o corte e o seu pavor,
Mas tua palavra doce
Alivia as dores de um pescador.
Embora o olhar se perca
Na linha imensa da vastidão,
O mundo não tem segredo, Senhor,
Na palma da tua mão.