A jovem Agnes Gonxha está no cais do porto da Macedônia. Ela está embarcando num navio que vai para a Irlanda, para começar seus estudos e sua vida religiosa. Ela tem apenas 18 anos.

— Adeus, mamãe. Obrigado por tudo. Orem por mim.

— Vai com Deus, filha. Estuda bastante, aprende o que puderes. Depois reparte com os que nada sabem.

Agnes abraça seus pais, sua irmã mais velha Aga e seu irmão Lazar.

Agnes não sabe, mas ela nunca mais verá a sua mãe. É difícil partir, mas ela entende que Deus pode consolar seu coração e fazê-la conhecer muitas irmãs, irmães, pais e mães por este mundo afora.

Um ano depois ela tornou-se noviça e em 1931 fez seus primeiros votos sagrados, escolhendo para si o nome de Teresa, em homenagem a Teresa D’Ávila e Teresa de Lisieux. Logo ela foi enviada para a Índia onde começou a trabalhar como professora de história e geografia no colégio Santa Maria dirigido pelas irmãs.

No conforto daquele colégio que servia às moças ricas da cidade Teresa foi sentido o chamado para trabalhar entre os pobres do mundo.

O tempo foi passando e o desejo de trabalhar entre os excluídos da Índia foi crescendo:

— Foi então que recebi o chamado de Deus para abandonar até mesmo o convento das irmãs de Loureto onde eu era tão feliz e ir para as ruas da cidade. Ouvi o chamado para deixar tudo e seguir a Cristo nas favelas e servi-lo entre os mais pobres dos pobres.

Em 1948, depois de muitos pedidos, Madre Teresa conseguiu autorização do bispo para trabalhar com os pobres da cidade de Calcutá. E assim ela foi visitar e morar na periferia daquela grande cidade.

calcutaEla viu os pobres morando na beira das calçadas, os casebres, o esgoto a céu aberto, os enfermos que gemiam em seus leitos, as crianças desamparadas pelas ruas. Madre Teresa também teve que descobrir um jeito de sobreviver longe da segurança do convento, encontrar um trabalho e um lugar para morar.

Seu amor pela Índia era tão grande que ela conseguiu também cidadania indiana. Como roupa, Teresa decidiu abandonar o hábito que vinha usando durante seus anos como irmã da congreção de  Loureto e vestir as roupas comuns de uma mulher indiana: um simples manto branco chamado sari e sandálias.

Depois de dois anos de trabalho, em 1950, ela fundou a Ordem das Missionárias da Caridade, um grupo de irmãs preocupadas com o sofrimento do povo pobre de Calcutá.

Uma das preocupações daquelas irmãs era conseguir alimento para as pessoas necessitadas que viviam nas favelas.

Preocupada com a saúde do povo, ela passou alguns meses na cidade de Patna, fazendo um curso de enfermagem. Conseguiu autorização do Papa e fundou um convento. Ela alugou uma casa velha e começou o seu novo projeto.

Madre Teresa abriu um hospital para cuidar dos enfermos das favelas. A luta era grande para conseguir remédios, leitos e atender tanta gente carente.

calcuta1Madre Teresa também abriu uma escola para as crianças das favelas. As condições de trabalho eram tão difíceis que ela tinha que escrever no chão, usando um graveto.

Com muito esforço e paciência, ela conseguiu que as crianças aprendessem a ler e escrever. Ela também ensinava noções básicas de higiene pessoal: lavar as mães, tomar banhos, escovar os dentes e cortar as unhas.

Teresa foi conhecendo de perto a vida das crianças, foi sabendo os problemas que cada uma delas vivia em casa. Assim, foi visitando as famílias pobres e doentes que se amontoavam pelos pequenos barracos e dando assistência espiritual aos que tinham perdido a esperança e a alegria de viver.

Logo Teresa abriu um orfanato para crianças desamparadas e abrigos para os leprosos, que eram muitos, e pessoas que estavam para morrer. Ela também construiu casa para acolher os idosos que tinham sido abandonados.

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Embora o trabalho de Teresa fosse muito cansativo e envolvente, ela sempre separava um tempo do seu dia para falar com Deus. Assim ela alimentava o seu espírito para poder alimentar as outras pessoas e recebia bênçãos para se tornar bênção na vida de outros.

Muitas moças se entusiasmaram com o exemplo de Teresa e se juntaram à sua ordem. Elas foram tocadas pela mensagem de compaixão e solidariedade pelos destituídos desse mundo. Outras pessoas ofereciam comida, roupas, remédios, enquanto outras cediam prédios e casas que tinham. Outros ainda ajudavam com dinheiro.

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Um projeto que começou pela fé, compaixão e compromisso de Madre Teresa, foi crescento como a semente de mostarda e desafiando pessoas do mundo inteiro.

Hoje, as irmãs Caridade têm 50 casas espalhadas por toda a Índia e 30 casas em diferentes países do mundo. O que um dia foi sonho hoje virou uma comovente realidade de amor e compaixão.

Em 1979, o mundo inteiro viu Madre Teresa de Calcutá receber o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento por sua obra pelo bem da humanidade. Mas em sua humildade, ela se achava muito pequena:

— Sou apenas um lápis de Deus—um pedaçinho de lápis com o qual Ele escreve o que quiser.

madre_teresaAo longo dos anos, Madre Teresa foi ficando com a saúde cada vez mais frágil. No entanto, ela continuou trabalhando incessantemente por mais de 50 anos, vivendo apenas pela fé, sem ter nada seu, nenhuma propriedade, nenhum bem material.

Seu coração fraco deixou de bater aos 87 anos de idade. Ela partiu em paz, depois do jantar e das orações.

Quero tua música estridente, quero tua gente

Quero estar aqui pra te ajudar.

Quero tuas vozes de criança, quero tua dança,

Cheiros e temperos pelo ar.

Vou sair da minha segurança,

Começar a minha andança pelas ruas do país.

Quero tua lágrima salgada

Transformada num sorriso de quem sabe ser feliz.

.

O teu nome é Índia, berço do meu Oriente.

Tua terra é muito linda, tuas vilas, tua gente.

O teu nome é Índia, viva como o sol nascente.

No teu mundo tudo rima, mas é tudo diferente.

.

Quero tuas avenidas vivas

De animais e bicicletas, teus poetas a cantar.

Belos muros e jardins floridos,

Nos quintais adormecidos as crianças a brincar.

Quero repartir o meu bocado amanhecido

De esperança em cada mesa, em cada lar.

Quero ver a tua claridade, não apenas caridade,

Mas vontade de sonhar [dignidade vindo como chuva].

.

Eu habito a periferia numa estrebaria,

À beira mais sombria do teu rio,

Para alimentar tua alegria,

Confortar teus longos dias e aquecer-te nesse frio.

ìndia

  1. Prezado Pastor Gladir.

    Esta música é muito especial, pois além da melodia, que emociona, mostra um exemplo de alguém que realmente se esvaziou de si e deixou só Deus guiar os seus passos.

    Um grande abraço. Deus te abençoe.

    Josi

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