A Verdade Nua caminhou pela rua um dia.
As pessoas viraram o olhar para outro lado.

A Parábola chegou, adornada e bem vestida.
As pessoas a saudaram com alegria.

A Verdade Nua sentou-se solitária, triste e despida.
“Por que você está tão triste?” — perguntou a Parábola.

A Verdade Nua respondeu: “Não sou mais bem-vinda.
Ninguém quer me ver. Eles me expulsam de suas portas.”

“É difícil olhar para a Verdade Nua” — comentou a Parábola.
“Deixa-me vesti-la um pouco. Certamente, você será bem recebida”.

A Parábola vestiu a Verdade Nua com um vestido fino feito de narrativa,
com metáforas, uma prosa incisiva e enredos cheios de inspiração.

Com riso e lágrimas e aventura a se revelar,
juntas elas começaram a desfiar uma estória.

As pessoas abriram suas portas e serviram a elas o que havia de melhor.
A Verdade Nua vestida de estória era uma convidada muito bem-vinda.

(conto judaico, readaptação de Heather Forest)

  1. “Era por meio de numerosas parábolas que Ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender.” (Mc 4,33)

    Imagino um jovenzinho galileu, talvez ainda não plenamente consciente de sua enorme missão, aprendendo – com a sabedoria de sua própria gente – a vestir a Verdade para não ofuscar nossos pobres olhos. Ele, a mais pura Verdade encarnada…
    Texto simplesmente encantador!

    Um grande abraço,
    Raphael (Letras/4ªfase)

  2. “Era por meio de numerosas parábolas que Ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender.” (Mc 4,33)

    Imagino um jovenzinho galileu, talvez ainda não plenamente consciente de sua enorme missão, aprendendo – com a sabedoria de sua própria gente – a vestir a Verdade para não ofuscar nossos pobres olhos. Ele, a mais pura Verdade encarnada…
    Texto simplesmente encantador!

    Um grande abraço,
    Raphael (Letras/4ªfase)

  3. Maria Cláudia Reis

    Ao ler esse conto em verso, me considero como alguém que, garimpando,encontrou um belo tesouro. Belo tesouro!
    E, como se não fosse bastante a pérola dos versos, vem de benção o som “brilhante” dos versos “diamante” da “Verdade”, de Gladir Cabral.
    Ai, quanta beleza Gladir!

    Abração fraterno
    Maria Cláudia Reis – Niterói

  4. Eu devo esse momento à Maria Cláudia Reis – Niterói, que um dia enviou-me o link do seu blog para que eu ouvisse “Conta Comigo”. Hoje percebo o quanto aquele recado da tão querida Maria Claudia significou para mim.

    Ficou linda também em dueto com o Tiago Vianna.
    Obrigado Gladir, você é um grande professor.

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