Meu pequeno Miguel se encaixa em meus braços, enquanto a longa viagem de ônibus segue. De fato, ele dorme tão tranquilamente que eu fico imaginando se há outra maneira de ser feliz.

Quero dizer com isso que neste exato momento me imagino no lugar dele, e descubro que é isso que a gente procura pela vida toda: a certeza de ser acolhido por quem você confia totalmente. Uma sensação de entrega plena — não sacrificial, mas apenas natural, consequente.

Quando ficamos mais velhos, vamos descobrindo que aqueles que pensávamos perfeitos, não são, e então nos tornamos reticentes em confiar. A experiência de entrega se torna mais rara, e decidimos buscá-la ainda em todas as outras fontes aparentemente legítimas. E não achamos.

Hoje, véspera de Natal, revisito minha fé e enxergo Deus, tanto no menino que se entrega quanto no Pai que o acolhe. Isso é fantástico. É revelação.

O Deus que resolveu revelar-se menino, não deixou de ser Deus. Vimos no unigênito sua face como a glória do Pai. Nele, encontramos a segurança divina, enquanto nos vemos em sua fragilidade humana. E somos acolhidos de toda forma necessária.

Glória a Deus nas alturas e paz na terra!

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