Ladeira abaixo, todos nos empurram
Vai ter com a pressa, menino!

O mundo corre,
e eu que gosto da vagareza do meio-dia, aprendo a correr também.

A vida nos empurra; não sem antes dar um sorriso irônico de quem se acha senhora do tempo.

A moto que ultrapassa o carro;
O carro que desafia a curva;
O pai que desaprende a olhar o filho;
A refeição que deixa de ser um momento para se tornar um intervalo.

Contam-se segundos, não estrelas.
Compram-se relógios, não livros.

Somos agitados, mas não conhecemos os movimentos da natureza.

De empurrão em empurrão,
A vida vai tornando-se artificial.
Sem encontros, sem história, sem longas caminhadas, sem planícies.

Apenas ladeiras e mais ladeiras.

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