A violência é o triste grito da sociedade. Uma voz estridente que revela muito sobre a miséria de quem somos e de como nos relacionamos. As notícias são muitas.

Nesta semana, temos, pelo menos, duas manchetes:

1) 45% dos adolescentes que morreram no Brasil em 2010 foram assassinados (IHA).

2) Agora há pouco ocorreu mais um massacre em uma escola norte-americana. Um homem matou cerca de 30 pessoas, entre elas, a própria mãe e 18 crianças (a contagem de vítimas ainda carece de confirmação).

Por mais alarmante que estas notícias sejam, a violência cotidiana, no entanto, é mais cruel. Ela destrói relações, banaliza tudo e muda os padrões de vida. Contra esta, há várias causas, desde razões políticas, psicológicas, espirituais e sociais.

Mais que sistematizar as causas, encorajo agora todos nós a não tirarmos a atenção do óbvio: o mal é sistêmico e escravizador. Sistêmico, porque está presente em todas as dimensões da vida e tem o poder de criar estruturas injustas. Escravizador porque quanto mais maldade praticamos, mais somos dominados pelo mal. Nos acostumamos com ele, e, enquanto nos destrói, nos tornamos amigos dele.

Ao mesmo tempo que somos distraídos por infinitos estímulos (das novas tecnologias a filosofias de auto-ajuda), deixamos de encarar nossa própria miséria — até, claro, que esta miséria nos cause diretamente dor.

Enquanto choramos nosso fracasso, que o grito da violência, embora triste, nos acorde. Que o arrependimento gerado pelo Espírito Santo nos desperte do conformismo medíocre que, tanto o secularismo cínico quanto muitos modelos religiosos nos convencem a viver.

 

“Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Eis que digo que vocês não me verão mais até que digam: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor’. (Lucas 13.34-35).

 

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