Acabo de chegar de Belo Horizonte (MG). Estive presente no culto em memória do querido Péricles Couto. Aos 64 anos, ele morreu repentinamente neste domingo. O câncer foi seu algoz.

Péricles era firme em suas posições e um idealista e ativista de longa data, exercendo um papel importante na construção do reino de Deus nesta terra. Nos últimos anos era diretor executivo da Missão Aliança, uma organização cristã que servia a crianças pobres em Curitiba (PR). Recentemente havia organizado e lançado um livro, com a participação de vários autores, sobre o papel da igreja como agente de transformação.

A liturgia fúnebre já havia começado, quando chegamos. Na frente, três pastores. Falas tristes dos familiares, mas convicções esperançosas de que o fim não é agora. É só o começo para Péricles.

Após o culto, as lágrimas silenciosas dão lugar a choros audíveis e abraços apertados de quem sofre junto com a família. O grito de filha, minha amiga Soninha, corta o coração.

Infelizmente não consegui ver o corpo inerte. A porta do caixão já estava cerrada. Em minha mente, no entanto, a morte me empurrava para um grande paradoxo: o corpo exposto, não obstante vívido de memórias, já não é a pessoa que amamos ou que conhecemos. É corpo, sem vida. Mas ainda assim é a lembrança clara da vida que se foi e é o sinal do que virá. Vida e morte juntas.

Em um culto fúnebre, passado e futuro tomam conta de todos nós. O triste tempo presente é só um parêntese.

 

 

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