Karl Rhaner

A partir do centro do mundo no qual Jesus adentrou ao morrer, as novas forças constroem uma terra transfigurada. No mais profundo, a realidade já foi vencida, a banalidade, o pecado e a morte; requer-se, todavia, o pequeno tempo que chamamos a história depois de Cristo até que, em toda parte e não só em seu corpo, seja percebido o que realmente aconteceu.

Porque Ele não começou a salvar, a curar, a transfigurar o mundo nos sintomas da superfície, mas nas raízes mais internas; nós, gente da superfície, pensamos que nada aconteceu. Porque ainda continuam correndo as águas do sofrimento e da culpa, imaginamos que ainda não foi vencido o manancial de qual brotam. Porque a maldade continua traçando rugas no rosto da terra, deduzimos que no coração mais profundo da realidade o amor morreu. Mas tudo é aparência, ainda que a tomemos por realidade da vida.

O Ressuscitado está no empenho anônimo de todas as criaturas que, sem o saber, se esforçam por participar na glorificação de seu corpo.

Texto enviado pelo meu amigo e pastor Jony Almeida.

  1. O primeiro parágrafo parece uma variante em letras mortas do cubismo que vingou uma certa época na pintura: o mundo não tendo nenhum compromisso com a aparência real das coisas. O Rhaner constrói uma mistificação juntando palavras que ficam bonitas (“… novas forças constroem uma terra transfigurada…”) mas que têm mais um tom poético vazio, cubista mesmo!

  2. Não é cubismo, caro. Simplesmente uma declaração de que “a aparência real das coisas” não se resume ao que vemos. Ou você se conforma com o que vê? O espelho ainda consiste em reflexo obscuro.
    Abraços!

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