Traga-me a garrafa! Lhe darei o líquido.
O que queres é mais do que podes ter. Basta a ti esperar…
Espera pelo que ainda se faz,
[pelo que se constrói com as mãos e o coração quente.

Traga-me o gole profundo do fel. Beberei; sem prazer, mas beberei.
O que queres é ter o invisível. Basta a ti fechar os olhos…
Olha tua própria face! Tens olhos de amêndoas.

Traga-me o que de melhor há. Juro permanecer em pé, imóvel.
Este é o ambiente que desejo: pessoas indo e vindo, som ao fundo, luz fraca.
Enquanto isso, minha viagem segue rumo ao infinito.
Esperando a próxima embriaguez da poesia,
[mas sempre com os pés no chão.

(Lissânder D. do Amaral)

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