VI.
Viver é estar acordado
e acordar. E comer
o pão, beber a branca
alegria, deitar
com as lavas.

E no tempo ajustado
pela alma, erguer
as asas.
(…)

VII.
Os olhos voarão,
os braços e os pés
voarão.

E pela sacada
de mel, não há
alma que não voe.

E o céu coado
entorna fluvo,
uivo: em decibéis,
como um tonel,
o anel intransponível
de gaivotas.

VIII.
A roda de Deus
nos toca.
E vives
com um ramo
de amanhecer
na boca.

Trechos do poema Paiol da Aurora, de Carlos Nejar.

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