A libertação: um memorial ao Deus que salva

A libertação: um memorial ao Deus que salva

SÉRIE ÊXODO  |  Estudo 5

Texto básico: Êxodo 11—14

Textos de apoio
– Salmos 78.1-11
– Salmos 78.12-33
– Salmos 136.10-16
– Salmos 105.23-38
– Salmos 106.6-12
– Salmos 114.1-8

Introdução

A décima praga começa com um anúncio do Senhor a Moisés de que esta será a última praga (11.1). Então, há uma extensa instrução e orientação a Moisés sobre os preparativos para a saída do Egito e o anúncio da praga.

A praga consiste em Deus “passar por todo o Egito” (11.4) e matar todos os primogênitos, tanto de humanos quanto de animais. Isso, mais uma vez, tinha o objetivo de que os egípcios soubessem quem é o Senhor (11.7, 9).

Os israelitas deviam se preparar para essa praga sacrificando um cordeiro ou cabrito para partilhar uma refeição com a família. O sangue do animal devia ser esfregado nas laterais e vigas da porta de entrada da casa. O sangue serviria de sinal para que “quando eu vir o sangue, passarei adiante” (12.13). O verbo passarei nesta passagem vem do hebraico pasah. O sentido é de passar por cima, pular e poupar. Mostra como o Senhor “passará sobre aquela porta” e não deixará a morte atingir aquela família (12.23).

Essa praga, porém, não era apenas mais uma e última praga, mas devia ser lembrada como memorial (12.14). Serve de sinal para futuras gerações lembrarem da obra libertadora de Deus. Quando os filhos no futuro perguntassem sobre o sentido dessa cerimônia (12.26), os pais contariam a história da escravidão e da libertação e responderiam que é o sacrifício da Páscoa ao Senhor (12.27). A palavra Páscoa, hebraico pesah, vem do verbo pasah, passar por cima (cf. inglês, Passover).

A Páscoa se torna uma das principais festas judaicas. Era celebrada no primeiro mês do ano, no décimo quarto dia (12.6). A carne do sacrifício era acompanhada de ervas amargas e pão sem fermento. As ervas simbolizavam os anos da opressão e os pães sem fermento simbolizava a pressa com a qual tinham de comer e sair do Egito (12.11, 39).

A morte dos primogênitos ocorre conforme Moisés tinha advertido (12.21-30) e o faraó resolve expulsar os israelitas do Egito (12.31-32). Os israelitas saíram levando muitos objetos de valor dos egípcios. Foram até Sucote (12.37). De lá foram para Etã (13.20), Pi-Hairote (14.1) até à beira-mar defronte de Baal-Zefom (14.2).

A libertação da escravidão é fundamental para a fé israelita, por isso, devia ser lembrada anualmente. À semelhança da Páscoa israelita, Jesus que não só morreu como também ressuscitou na Páscoa é o centro da fé cristã. Por meio do sacrifício do cordeiro pascal, Deus salvou o seu povo.

Para entender o que a Bíblia fala

1. Veja como o capítulo 12 está repleto da ideia de celebração. O povo é instruído a celebrar festa, oferecer sacrifício, guardar/celebrar as instruções sobre a cerimônia da Páscoa e adorar a Deus. Anote o número de vezes que isso ocorre nesse capítulo. Isso aponta para a importância da lembrança e celebração da libertação, consequentemente, do propósito de ser cultuar a Deus.

2. Outra celebração serve de sinal para futuras gerações. A consagração dos primogênitos (cap. 13.1-16). Tanto o sacrifício da Páscoa quanto o do primogênito eram sinais que despertariam a curiosidade dos filhos e levariam os pais a contarem novamente a história da libertação. Veja a pergunta que os filhos fazem (12.26; 13.14).

3. O capítulo 14 reintroduz o tema do endurecimento do coração do faraó (14.4, 8, 17) e mais uma vez fica claro que o objetivo disso é para que os egípcios saibam/conheçam que “eu sou o Senhor” (14.4, 18).

4. Leia o 14.10-12. Diante da ameaça dos egípcios, qual é a reação dos israelitas? O que isso diz a respeito dos israelitas? Eles também precisavam conhecer/reconhecer que Deus era o Senhor? É no mínimo irônico que eles preferissem ser escravos dos egípcios! Parecem que não estão entendendo o sentido da libertação.

5. Deus livra os israelitas de forma milagrosa e derrota o exército egípcio. Os israelitas atravessam o mar em terra seca (14.29). Essa seção chega ao fim com uma importante conclusão: “Naquele dia o Senhor salvou Israel das mãos dos egípcios” (14.30). Veja qual foi a reação inicial dos israelitas (14.31).

Hora de avançar

1. Essa história podia terminar aqui. Seria um final feliz! Um povo escravo foi liberto de maneira extraordinária e quando vê o grande poder do Senhor, coloca a sua confiança em Deus. Porém, a história continua. Por quê? O que mais precisa ser dito a respeito da libertação/salvação? Não basta dizer que o povo foi salvo? Só isso daria um impactante testemunho de libertação. A história continua porque ainda cumpriram o objetivo da libertação. Lembra da frase, “deixa-nos ir caminho de três dias no deserto para prestar culto ao nosso Deus”?

2. Nessa passagem vimos que dois importantes ritos ou celebrações são instituídas. Eles visam manter a memória da salvação a futuras gerações. Uma cerimônia visa reviver por meio de atos rituais simbólicos uma experiência. A experiência é única, só acontece uma vez. Sempre que desejamos reviver uma experiência, voltamos ao local, aos objetos ou às cerimônias que nos façam trazer de volta aquela experiência, sentimento e sensações originais. Porém, quando o rito se torna mais importante do que aquilo que ele significa, caímos no ritualismo, no formalismo. O objetivo do ritual é servir de sinal para podermos reviver a experiência da libertação. É isso que a Páscoa judaica e cristã pretende fazer.

Para terminar

A boa-nova da libertação é sem dúvida a melhor notícia que podemos ter. Deus de modo gracioso tirou os israelitas do Egito. O Senhor “passou em vigília aquela noite para tirar do Egito os israelitas” (12.42). Foi com sua mão poderosa (13.3, 14, 16) que o Senhor os tirou do Egito. Pela graça de Deus. Essa mesma mensagem da graça de Deus é manifesta em Jesus Cristo. Em Cristo Deus nos livrou da morte e nos deu vida (Ef 2.1-10).

Mais do que salvar os israelitas, a libertação do Egito visa, sobretudo, manifestar a glória de Deus. Por meio da libertação Deus é glorificado (14.4, 17). Como hoje o nome de Deus é glorificado? De que maneira, como povo salvo/liberto, manifestamos a glória de Deus?

Como observamos, a história não terminou no 14.29-31. Ela prossegue. O faraó perguntou “Quem é o Senhor?” e declarou “Não conheço o Senhor” (5.2). A resposta foi dada a ele. Agora é hora de saber se os israelitas entenderam o propósito da salvação.

Autor do Estudo: pr. Billy Lane

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Um comentário para “A libertação: um memorial ao Deus que salva”

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