Seis horas de uma sexta-feira

Seis horas de uma sexta-feira

Texto Básico: Lucas 23.32-46
“E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele.”

Leia a Bíblia diariamente
S – Mt 27.11-26
T – Mt 27.27-32
Q – Mt 27.33-44
Q – Mt 27.45-56
S – 1Co 1.18-25
S – 1Pe 2.21-25
D – Is 53.1-12

A palavra imolar significa sacrificar, oferecer em sacrifício. Há dois mil anos, numa sexta-feira, Jesus Cristo foi imolado, sacrificado.

Esse fato ocorreu no Monte do Calvário, o Gólgota (significa Lu­gar da Caveira; assim chamado por causa de seu formato). Nesse monte, durante seis horas, Cristo sofreu (Ele, o próprio Deus encarnado) para livrar-nos da condenação do pecado (Mc 15.25-33).

No mesmo dia, outros dois homens estavam no mesmo lugar, na mes­ma hora, também sendo crucificados. Preste atenção nos relatos bíblicos, e grave no coração os seus ensinamentos.

I. Os dois homens eram ladrões (Mt 27.38)

Os nomes destes dois ladrões não são mencionados na Bíblia, mas, popularmente são chamados de o bom ladrão e o mau ladrão. Vocês já conheceram algum ladrão bom? É claro que não! Foram condenados à morte por, provavelmente, terem agitado uma revolta, roubado e matado.

II. Os dois homens foram condenados à morte de cruz

Os romanos eram verdadeiros mestres em tortura e sofrimento. A morte por crucificação era o pior tipo de morte na época, reservada apenas para assassinos, traidores ou inimigos de Roma.

No caso de Jesus, o Seu sofrimento começou na noite anterior, estendendo-se por toda a madrugada, alcançando de fato o ponto mais alto de sofrimento somente na manhã seguinte. Ler o relato de Marcos 15.15-20.

  • O flagrum: era um chicote com várias tiras de couro que tinham na ponta pedaços de osso ou metal, usado apenas para castigar assassinos ou traidores. Os judeus limitavam, por lei, a 40 chibatadas para os crimes graves. Os fariseus, para evitar ultrapassar a lei, limitavam a 39 chibatadas. Mas os romanos não tinham limitações e, por se tratar de um criminoso condenado à morte, provavelmente aplicaram em Jesus muito mais que 40 chibatadas.
  • O destacamento: também chamada de “coorte” tinha entre 300 e 600 soldados. Nesse lugar, Jesus foi torturado, humilhado e maltratado.
  • As vestes de cor púrpura e a coroa de espinhos: a cor púrpura e a coroa são símbolos de realeza. Os soldados zombaram e humilharam Jesus, chamando-O de Rei dos Judeus (v.26). Essa coroa deve ter sido tecida com espinhos enormes que são naturais da região, provocando ferimentos profundos na Sua cabeça. Essa dor deve ter sido intensificada pelos golpes que recebia com o caniço, afundando ainda mais os espinhos.

Depois de ter passado por tudo isso, cansado, fraco, ensanguentado, abandonado pelos Seus discípulos, Jesus foi obrigado a carregar a trave horizontal da cruz até o lugar onde se concretizaria a execução.

Chegando no lugar chamado de Calvário ou caveira, colocaram pregos enormes nos Seus pulsos e pés. Então os soldados ergueram a cruz. A dor era terrível. Na cruz, a víti­ma tinha que apoiar todo o peso do corpo nos seus pés feridos. Depois de um tempo a pessoa sentia cãibras insuportáveis, tendo que soltar o peso de seu corpo, que ficava sus­tentado nos seus pulsos, comprimindo os pulmões até a pessoa ficar sufocada, ocasio­nando convulsões. Então, o processo se repetia novamente, e, em muitos casos, demora­va até três dias. A sede, o calor durante o dia, e o frio à noite aumentavam ainda mais o sofrimento da pessoa. Como golpe de misericórdia, ou quando queriam que o senten­ciado morresse rápido, os soldados quebravam as suas pernas, ocasionando a morte por asfixia.

Os romanos não chegaram a quebrar as pernas de Jesus, pois Ele morreu antes, mas os dois ladrões sofreram a mesma e terrível morte juntos (Jo 19.32-33).

Mas o que segurou Jesus naquela cruz?

Pregos não seguram um Deus verdadeiro a uma cruz de madeira!

O que segurou Jesus naquela cruz… foi o Seu AMOR por mim e por você!

III. Os dois homens já tinham ouvido falar de Deus (Lc 23.39-42)

Os versículos 39-42 nos dão a entender que os dois homens ouviram falar a respeito de Jesus, mas isso não significa que criam em quem Ele era.

Ouvir falar de Jesus não significa conhecê-Lo, nem significa crer em quem Ele é.

Ilustração: Um equilibrista muito famoso anunciou um grande desafio. Ele era conhe­cido por atravessar grandes abismos andando sobre um cabo de aço, segurando-se apenas numa vara que o ajudava a manter o equilíbrio no nada. O desafio consistia em atravessar uma enorme cachoeira, guiando um carrinho de mão. No dia do desafio, os meios de comuni­cação lá estavam em peso e as pessoas disputavam os melhores lugares para assistir o grande evento. Tudo estava preparado. O cabo de aço estava esticado ao largo da queda da grande cachoeira e o carrinho estava no ponto de partida. Então, o equilibrista perguntou para os espectadores:

Quantos de vocês acreditam que eu consigo atravessar esta cachoeira guiando este carri­nho de mão? Muitas mãos se levantaram, em sinal de crédito, mas muitos outros acreditavam que seria muito difícil que ele conseguisse.

O famoso equilibrista foi e voltou com o seu carrinho de mão. Chegando, ele fez outra pergunta:

“Quantos de vocês acreditam que eu consigo atravessar novamente esta cachoeira?” A resposta das mãos levantadas foi praticamente unânime. Então ele disse:

“E quantos de vocês acreditam que eu consigo atravessar com uma pessoa assentada no carrinho?” O entusiasmo era geral, e praticamente por unanimidade responderam que acredi­tavam que ele conseguisse tal loucura. Então perguntou novamente:

Sendo assim, quem de vocês gostaria de sentar-se no carrinho? O público silenciou com­pletamente, e nenhuma mão se levantou. Então ele disse,

Nenhum de vocês crê?

Essa é a diferença entre acreditar e crer.

CRER EM JESUS significa: sentar-se no carrinho e deixar que Ele dirija a sua vida.

IV. Os dois homens se separaram (Lc 23.43)

Os dois homens estavam crucificados com Cristo. Os dois ouviram falar de Jesus. Mas só um creu em Jesus. Jesus não ofereceu livrar da cruz, nem diminuir a dor, ou acabar com os problemas; não ofereceu uma vida de riqueza ou poder. Jesus ofereceu aquilo que ninguém poderia proporcionar: a vida eterna, perdão de pecados, reconciliação e paz com Deus, justi­ficação! Um dos ladrões aceitou.

Quanto mais olhamos para a cruz, com maior clareza, enxergamos que foram os nossos pe­cados que levaram Jesus a morrer naquela cruz. A cruz foi o preço pago para me perdoar do pecado.

Diante desta verdade, também nós precisamos tomar uma decisão. Crer Nele e entregar a direção de nossa vida ou simplesmente continuar somente acreditando em quem Ele é.

E, se já CREIO em Cristo, preciso decidir entre: entregar o controle da minha vida a Ele a partir deste dia, ou continuar eu mesmo dirigindo minha vida.

Conclusão

É da natureza de Deus buscar e salvar o pecador perdido. Mas o que a morte de Cristo tem a ver comigo? É que fui eu, fomos nós, foram os nossos pecados os responsáveis diretos pela Sua morte.

A morte de Cristo é o fato mais importante do cristianismo, pois dela depende a certeza do perdão de nossos pecados e a vida eterna.

No Monte do Calvário, Cristo foi imolado, sacrificado por amor a mim, por amor a você, para nos dar a vida eterna (1Co 1.18).

>> Autor do Estudo: Luiz Alberto Dias Argüelo

>> Publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, usado com permissão.

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Um comentário para “Seis horas de uma sexta-feira”

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