Deus entre nós: uma expectativa que se transforma em presença

Deus entre nós: uma expectativa que se transforma em presença

SÉRIE ÊXODO  |  Estudo 10

Texto básico: Êxodo 34—40

Textos de apoio
Jeremias 7.1-29
Ezequiel 11.16-25
Ezequiel 43.1-12
1 Reis 8.22-53
1 Reis 8.54-61
João 1.1-14

Introdução

Este último bloco repete quase literalmente todos os detalhes da arquitetura do tabernáculo com praticamente a única diferença que em vez de uma ordem de Deus a Moisés, ele contém a descrição de que cada objeto foi feito de acordo com a instrução. Essa repetição se justifica por pelo menos dois motivos. Primeiro, por causa da idolatria do povo nos capítulos 32 e 33. A execução da obra do tabernáculo mostra que a idolatria será substituída pela presença de Deus no tabernáculo. O segundo motivo, é justamente para mostrar que apesar do pecado do povo, Deus honra a sua promessa de habitar no meio do povo (25.8; 33.14).

A seção começa com a entrega de novas tábuas da lei. Para isso, Moisés tem de subir o monte mais uma vez (34.4). Isso logo terminará, pois, a glória do Senhor se manifestará no tabernáculo (40.34) e Deus se fará presente no meio do povo.

Há ligeiras diferenças na ordem da execução da obra. As instruções começam com breve recapitulação da lei do sábado que encerrou as instruções anteriores (35.1-3; cf. 31.12-18). Em seguida, são preparados os materiais para construção do tabernáculo começando com a tenda (36.20-38), depois os objetos que vão dentro da tenda (37.1—38.31).

Tantos detalhes e tanta ênfase sobre o tabernáculo só podem significar a importância de se estabelecer um lugar para a habitação de Deus. O tabernáculo e posteriormente o templo em Jerusalém serviam de sinal da presença de Deus e, sobretudo, como lembrança constante para o povo de que Deus estava em seu meio. Consequentemente, deviam viver de modo santo e puro. A presença de Deus no meio do povo devia ser a causa para a vida santa não só no que concerne o ritual, mas também as relações humanas na comunidade.

Para entender o que a Bíblia fala

  • No 33.18-20, Moisés pediu para ver a glória de Deus. Mas Deus responde que passaria diante dele toda a sua bondade e “proclamarei o meu nome: o Senhor”. O termo traduzido por “proclamarei” vem do verbo “conhecer” (hebr. yada), já usado diversas vezes ao longo do livro. Esse tema volta no 34.5-7 quando Moisés sobe ao monte onde Deus “proclamou o seu nome: o Senhor” (34.5). Veja como o Senhor é descrito nos v. 6-7 (cf. 33.19).
  • Você percebe como o nome do Senhor é importante na história da libertação? Desde o chamado de Moisés (Êx 3.13), a revelação do nome Senhor (6.3, 7), as pragas (9.15-16), a confissão de Jetro (18.10-11), no cântico de vitória (15.3), o terceiro mandamento (20.7), na súplica de Moisés pelo povo (32.11-13) até a proclamação do seu nome aqui e no 34.14 como Zeloso (el qana). O Senhor fica conhecido como o Deus que tirou o seu povo do Egito. Então, é possível dizer que a história mais importante desse livro é a revelação do Senhor?
  • Para que o povo pudesse conhecer o Deus dos seus pais, era preciso não só saírem da escravidão do Egito, mas, sobretudo, passar a adorar esse Deus.
  • Leia o 39.32-42. Compare com Gn 1.31—2.2. Você percebe alguma semelhança na linguagem? O tabernáculo tem a finalidade de resgatar a centralidade de Deus na vida do povo, é como se Deus estivesse a partir do tabernáculo restaurando toda a sua criação, portanto, o tabernáculo é um pequeno cosmos que estabelece ordem e o centro da vida em torno de Deus. Assim como Deus conclui a sua obra da criação, viu tudo que tinha feito e santificou o sábado, Moisés viu que tudo tinha sido feito como o Senhor ordenara e abençoou o tabernáculo. Isso coincide com o relato das instruções sobre a construção do tabernáculo (caps. 25—31) que termina com a ordenança do sábado (31.12-17).
  • O último capítulo é dramático. Uma nuvem cobriu a tenda do encontro e a glória se manifestou sobre o tabernáculo (40.33-35). O simbolismo sugere que Deus desceu do topo do Sinai para o tabernáculo, para habitar no meio do povo. Moisés não terá mais de subir ao monte para falar com Deus. Veja que Levítico começa dizendo que o Senhor chamou Moisés “da Tenda do Encontro” (Lv 1.1), não mais do topo do monte.
  • Deus manifesta a sua proteção com a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite (40.36-38). E esses fenômenos eram o modo com que Deus os dirigiria pelo deserto.

Hora de avançar

Nesse final vemos como Êxodo nos mostra que o Deus libertador, que se revelou por sua bondade e compaixão agora habita no meio do povo.

Ser liberto da escravidão significa ser liberto para o serviço e para honrar a Deus.

Para terminar

Depois de ler essas passagens, você consegue perceber a relação entre libertação e serviço, entre salvação e adoração? Assim como os israelitas, fomos salvos da escravidão para cultuarmos/servirmos a Deus.

Assim como Moisés, muitas vezes temos o desejo de ver a glória de Deus, isto é, ver algum sinal concreto e extraordinário da presença e poder de Deus. Mas também como Moisés, devemos aprender a confiar em seu nome, misericórdia e compaixão.

Quais são algumas maneiras que somos desafiados hoje a confiar em Deus ainda apesar das circunstâncias e da falta de um sinal concreto de sua graça e misericórdia?

Começamos essa história dizendo que os israelitas serviam o faraó (1.13,14) que não os conhecia (1.8). Porém, o Senhor os conhecia (2.25; 3.7) ainda que eles não o servissem/adorassem. Chegamos ao final do livro. O povo foi liberto para ser povo de Deus, e Deus o seu Deus. Deus desceu do monte e está no meio deles. O que um povo liberto com o Deus compassivo e misericordioso habitando no seu meio fará? O restante da Bíblia vai nos ensinar sobre isso.

Autor do Estudo: pr. Billy Lane

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3 Comentários para “Deus entre nós: uma expectativa que se transforma em presença”

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