O profeta Jonas: Convite e fuga

CONVITE E FUGA

 

Texto básico:  Jonas 1.1-6

Textos de apoio:  Naum 3.1-4, 19;  |  Isaías 7.17;  |  Oseias 9.3; 10.6, 7

 

Introdução

Por que às vezes não conseguimos sentir, nos preocupar, amar?

Freqüentemente, a insensibilidade é fruto do nosso afastamento de Deus e da missão. O naufrágio espiritual está ligado à resistência em obedecer, em conhecer mais o caráter de Deus, em construir com Ele os projetos novos que desafiam nossa visão de nós mesmos, do mundo, das pessoas e do reino de Deus.

Quão cegos é possível nos tornarmos por causa de nossas defesas psicológicas, sem admitir nossas nínives interiores, nossas crises existenciais, nossos abismos, que nos distanciam dos outros e de Deus! Construímos muros de indiferença, que nos tornam quase impenetráveis; quase, porque Deus não desiste de nós. Se preciso for, usará tempestades, abismos, mestres, monstro marinho ou vento oriental para nos sacudir, nos ensinar, nos redirecionar e nos convencer a obedecer e a amar. Essa é a sua misericórdia em ação.

Para entender o que a Bíblia fala

1. Qual o chamado de Deus ao profeta Jonas? (1.1-2)

2. Como Jonas recebe este chamado e qual é a sua reação? (1.3)

3. Qual a ação de Deus ante a fuga do profeta? (1.4)

4. Que diferenças podem ser observadas entre a atitude de Jonas e a dos marinheiros em meio à grande tempestade? (1.5-6)

Para conversar

A missão de Jonas colocará em xeque muito do seu espírito nacionalista exacerbado, seu temperamento destemperado e sua visão distorcida das ações de Deus para com os gentios. Por isso ele vê a fuga como única saída e a cidade de Társis como ótima opção. Ao sul da Espanha, o fim do mundo de então lhe dará a impressão de que estará longe de Deus e de seu equivocado chamado.

O maior medo do profeta é que a misericórdia de Deus seja acionada ao menor sinal de arrependimento de Nínive, podendo a Assíria vir a tornar-se carrasco de Israel (Is 7.17;  Os 9.3; 10.6-7. Então ele mergulha não no cumprimento de sua missão, e sim na fuga. Mas Deus não desiste do profeta desistente. A grande tempestade faz parte do seu plano para resgatá-lo em sua fuga.

Tendo descido a Jope e tomado um navio para Társis, agora Jonas desce um pouco mais: vai para o porão do navio e dorme o sono da fuga. Não quer enxergar as conseqüências de sua desobediência nem sua responsabilidade sobre os fatos. Desconsidera as perdas que provocou às pessoas ao seu redor. Não ouve as trovoadas nem a explosão das ondas, assim como fecha os ouvidos espirituais ao clamor da alma humana. Não ora ao único Deus, criador dos céus e dos mares, que os pode salvar. Apenas dorme. (A Septuaginta, tradução do Antigo Testamento para o grego, traduz como “ronca profundamente”.)

Então Deus usa o mestre do navio para questionar o profeta a respeito de seu estado letárgico. Neste momento, o gentio crê mais firmemente do que o próprio profeta de Deus e o chama a uma atitude espiritual de oração.

Para pensar

1. O mergulho na missão envolve três aspectos comprometedores de toda a nossa vida: a missão precisa ser forjada pela reflexão de nossas mentes, mediada pelos nossos corações e, finalmente, executada pelo labor de nossas mãos.

2. “Temos dificuldade de tirar a cera, a máscara. Com isso, não conhecemos e não somos conhecidos. Chegamos ao ponto de chamar a pessoa que se senta ao nosso lado, no culto, de “amado irmão” porque não sabemos o seu nome! Como pode ser amado, se não sabemos nada sobre ele? Sequer o nome? Só se for um amor light: baixos teores. Ou diet: sem compromissos. Ou cool: superdivertido.” (AMORESE, Rubem. Icabode. p. 145.)

Para responder

1. O chamado de Jonas, a princípio, foi um chamado para realizar algo. Porém, ele precisava compreender que o seu principal chamado não era para realizar, mas para ser. Quais os sentimentos e pensamentos que lhe ocorrem quando se apercebe do chamado de Deus para ser a pessoa que Ele quer que você seja?

2. Você se lembra de alguma situação em que você tenha sido tentado a fugir para não ter que cumprir o que sabia ser necessário?

3. Os seus relacionamentos pessoais e o labor de suas mãos expressam compromisso com a missão?

4. Existe algo dentro de você prejudicando a sua relação com Deus e com os outros? Que atitudes você precisa tomar em relação a essa circunstância?

Desafio

Confesse a Deus as suas fugas e desobediências e peça-lhe que o ajude a assumir a sua missão.

Estudo bíblico publicado originalmente em Mergulho no Ser – Estudos Bíblicos, de Soraya Cavalcanti e Sonia Barreto

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20 Comentários para “O profeta Jonas: Convite e fuga”

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