Mente aberta versus cabeça dura

MENTE ABERTA VERSUS CABEÇA DURA

 

 

Base Bíblica: Provérbios 9.1-18

Segunda – Pv 1.1-7
Terça – Pv 3.13-18
Quarta – Pv 4.5-14
Quinta – Pv 8.5-14
Sexta – Pv 8.22-31
Sábado – Pv 8.32-36
Domingo – Pv 16.16-24

 

INTRODUÇÃO

“Mentes são como paraque­das, só funcionam abertas”. Nosso estudo de hoje trata sobre o bom uso da mente, e o valor de uma men­te aberta, saudável e pronta a desen­volver valores que nos fazem crescer e ser mais parecidos com nosso Senhor e Rei.

O capítulo 9 de Provérbios apresenta uma alegoria onde, tan­to a sabedoria (v.1-6) como a loucu­ra (v.13-18) agem como alguém que faz um banquete e convida ho­mens e mulheres para se alimentarem do que lhes é oferecido. A loucura empurra os tolos para a ruína, enquanto que a sabedoria lhes restaura o entendimento e lhes renova a oportunidade de vida (v.6).

Ser “cabeça-dura” de vez em quando não é “privilégio” dos jo­vens. Muitas vezes ouvimos sobre velhos teimosos e até de crian­ças que “fazem birra” quando realmente querem alguma coisa. Nes­ses momentos, as pessoas não pensam como deviam… O que nos interessa é saber o valor da capacidade de pensar de forma adequa­da, como quem decide suas ações na presença de Deus, levando em conta o temor do Senhor e a direção que Ele pode dar para nossas vidas.

Para nosso estudo, verificaremos algumas qualidades geralmente encontradas em jovens, e que podem ser somadas a outras qualidades na busca de uma vida sábia e abençoada.

1. Independęncia e interdependęncia

Desde o tempo de criança, e passando por toda adolescência, o so­nho de independência costuma ser parte na experiência da vida de toda pessoa. Queremos chegar aos dezoito anos logo – e ainda mais rápido chegar aos vinte e um. Parece quase uma fixação para “ser dono do pró­prio nariz”. Esse é um desejo natural, já que nascemos para chegar à vida adulta – na verdade, o ser humano é o único animal que demora tanto a se tornar independente.

O problema é que muitas pessoas enfrentam lutas tão grandes nesse proces­so de conquistar a maioridade, que jogam fora toda a preciosa ajuda que pode ser en­contrada no relacionamento com outros, especialmente aqueles que poderiam tra­zer conselhos úteis e alguma orientação para a vida. Deixar de ser criança não precisa necessariamente significar abandono de uma relação de interdependência com os mais ve­lhos – uma parceria em que o jovem tem enormes contribuições para dar, e muito também a receber.

Provérbios 9.7-8 descreve uma pessoa que se sente tão independente que não está mais pronta a receber ajuda de outros. Trata-se de um autêntico “cabeça-dura”. Veja uma lista de mar­cas que geralmente aparecem nesse tipo de pessoa.

• Ela se acha o centro do mundo – se irrita com facilidade sempre que outro ponto de vista é apresentado.

• Julga-se dona da verdade – não é capaz de ouvir os outros.

• Jamais aceita crítica – embora seja geralmente muito crítica…

• Tem dificuldade em ouvir conselhos – especialmente dos mais velhos.

• Zomba do que não entende – é mestre da ironia.

• Usa do insulto e da humilhação como armas de defesa.

• Nunca reconhece o próprio fracasso – a culpa sempre é dos outros.

2. Esperteza e sabedoria

Uma outra marca natural da juventude é a capacidade de pensar e agir com rapidez – a es­perteza. O corpo e a mente estão prontos e no auge da forma ideal. Aprende com extraordinária rapidez e tem reflexos físicos tão prontos que fica quase humilhante competir com uma pessoa mais velha – além de uma beleza exuberante que facilmente se destaca. O mundo da informática destacou ainda mais o valor do aprendizado rápido quando os mais velhos estão quase sempre dependentes daqueles que pertencem à nova geração.

Mas, ser esperto não é suficiente! Não se pode sempre “tirar vantagem” e ser sempre o pri­meiro. Além disso, além de rapidez, precisa-se de direção – precisa-se de sabedoria! Segundo a Bíblia (NTLH), “para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. Se você conhece o Deus Santo, então você tem compreensão das coisas” (v.10). Ainda citando a Bíblia, “qualquer coisa que você ensina a uma pessoa sábia torna-a mais sábia ainda. E tudo o que você diz a uma pessoa direita aumenta a sabedoria dela” (v.9). Veja também uma lista de marcas que geralmente aparecem nos sábios.

• Quem tem “mente aberta” ouve e observa tudo com atenção.

• Quem é sábio aceita os conselhos e as repreensões feitas com amor.

• Quem é sábio analisa os fatos antes de tomar uma posição.

• Quem é sábio prefere ser guiado pela sabedoria em lugar dos impulsos.

• Quem é sábio se empenha em andar por caminhos verdadeiros.

3. Convicçőes fortes e prudęncia

A quantidade de informações novas e importantes adquiridas no período da adoles­cência faz do jovem uma pessoa com muito conhecimento. Impressiona a quantidade de informações que se adquire durante o ensino médio, especialmente quando se prepara para o vestibular. Um curso superior também fornece uma carga de conhecimentos realmente respeitável.

Estudando ou não, o próprio processo de profissionalização, as descobertas por meio de relacionamentos sociais, as viagens e tudo que se tem oportunidade de fa­zer quando se alcança o estágio da juventude fazem do jovem uma pessoa que sabe mui­to! Em alguns casos, o jovem acaba virando mesmo um “sabe-tudo”. Ninguém “diri­ge tão bem”, ninguém “é tão bom em cima de uma moto”, ninguém “entende tanto de drogas, sexo, futebol, beleza, música…”. O excesso de confiança pode produzir convic­ções tão fortes que fica difícil ser prudente – e o que se vê é muita gente “quebrando a cara”!

Um pouco de humildade nunca faz mal! “A sabedoria fará com que você viva uma vida mais longa. Se você for sábio, o lucro será seu; se zombar de tudo, você mesmo sofrerá as consequências” (Pv 9.11-12 NTLH). Não se orgulhe de suas habilidades, de suas forças, de sua aparência ou de sua inteligência. Como diz Dr. Ryle, “a ignorância e a inexperiência são o pedestal do orgulho; uma vez que esse pedestal seja removido, o orgulho logo desaparecerá. Somos exor­tados na Bíblia a não pensarmos de nós mesmos além do que devemos pensar (Rm 12.3), e a revestir-nos de humildade (Cl 3.12), e a seguirmos o exemplo de nosso Senhor (Fp 2.7-8). Na linguagem de Provérbios: “Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no insensato do que nele” (Pv 26.12).

4. Sensaçőes agradáveis e temor do Senhor

O último destaque desse texto que estudamos hoje tem grande ligação com o que significa ser jovem, especialmente num mundo em que as sensações (especialmente a sensualidade…) estão em alta.

Uma das grandes lutas dessa realidade de experimentar sensações “à flor da pele” é que a adrenalina e os hormônios muitas vezes nos impedem de pensar – muito menos de submeter-nos a Deus e temê-Lo de todo o coração. O convite da “mulher loucura” é especialmente interessante aos jovens porque a busca do prazer em todas as suas formas parece inevitável. Além de todo o apelo ao simples modo de viver com determinados riscos, nossa tendência natural para o pecado ainda nos faz acreditar que “as águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável” (Pv 9.17).

Não podemos negar nossa sensibilidade já que, especialmente quando jovens, somos “essen­cialmente sensações”, mas precisamos temer o Senhor, porque é aí que se encontra o princípio da sabedoria. Veja com muita atenção Provérbios 9.10 – “Temor do Senhor” é muito mais do que “medo” – inclui respeito, adoração a Ele. Conforme Oswaldo Alves, “é a ação do seu Espírito, santificando o nosso comportamento e iluminando a nossa inteligência para pensarmos e agirmos de acordo com a vontade do Deus Eterno em sintonia com a natureza santa do Senhor”.

Conclusăo

Creio que podemos concluir nosso estudo de hoje com uma palavra simples e direta de Sa­lomão em Eclesiastes 11.9: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas cousas Deus te pedirá conta.”

Autor da lição: João Batista Cavalcante
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “Vivendo uma vida de qualidade”, da série Jovens. Usado com permissão.

 

 

 

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3 Comentários para “Mente aberta versus cabeça dura”

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