A raiz de todos os males

A RAIZ DE TODOS OS MALES

 

Qualquer pessoa – o rico e o pobre – que ama o dinheiro, que o tem como senhor, e não como servo, não herdará a vida eterna, e se expõe perigosamente ao pecado.

 

Texto básico: 1 Timóteo 6.3-21

Leituras diárias
2.ª feira – Mt 26.1-16: Dois crimes em uma semana
3.ª feira – Mc 10.17-31: O rico e o camelo
4.ª feira – At 24.10-27: A espera inútil do Sr. Félix
5.ª feira – Mt 28.1-15: Grande soma de dinheiro
6.ª feira – At 6.8-15: Despesas com a morte de Estevão
Sábado – 1 Tm 6.3-21: A raiz que provoca tudo

 

Introdução

Entre a carteira recheada e o bolso vazio, a segunda opção é muito melhor que a primeira. O pão-durismo e o consumismo têm muito a ver com a carteira recheada. A viúva de bolso vazio depositou no gazofilácio “duas pequenas moedas de cobre, de muito pouco valor”. Ela deu tudo o que possuía para viver. Mas os de carteira recheada lançaram no mesmo gazofilácio o que lhes sobrava (Mc 12.41-44).

A pior marca da carteira recheada é o estado de espírito acentuadamente complicado e perigoso que ela fomenta: a auto-suficiência. A carteira recheada pode ser um bom passaporte nesta vida e neste mundo, mas não abre porta alguma em direção a Deus, tanto nesta como na outra vida. Só se chega a Deus de bolsos vazios. O homem e a mulher de carteiras recheadas dificilmente bateriam em seu peito para clamar: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!” (Lc 18.13, NTLH).

 

Questões para estudo

1. Em menos de uma semana, Judas cometeu dois hediondos crimes envolvendo dinheiro. Quais são? Veja Jo 12.4-6 e Mt 26.14-16

2. Por que o virtuoso jovem rico, que correu atrás de Jesus e se ajoelhou diante dele (Mc 10.17), acabou retirando-se triste, sem obter a vida eterna, apesar do forte interesse inicial? O que se interpôs entre o seu desejo de entrar na vida e na concretização deste desejo? Leia Lc 18.18-25.

3. Durante dois anos o governador romano da Palestina, Marco Antônio Félix, manteve Paulo preso, embora estivesse suficientemente informado de sua inocência (At 23.28-29) e 24.22). Durante este período conversava frequentemente com o apóstolo. Qual a verdadeira razão destas conversas e da não soltura de Paulo? Examine At 24.22-27.

4. A versão de que os discípulos de Jesus roubaram o corpo do Senhor enquanto a guarda dormia, divulgada pelo menos até a primeira edição do Evangelho de Mateus, tema algo a ver com dinheiro? Verifique Mt 28.11-15. O suborno alcança pessoas que, por sua posição, deveriam ser absolutamente honestas, como príncipes, governadores, juízes, militares , profetas e sacerdotes? Abra 1 Sm 8.3; Is 1.23; Mq 7.3; Lc 20.20 e At 6.11.

5. O dinheiro compra tudo? Consulte Ec 7.19; Sf 1.18; Mc 10.24 e at 8.18-24.

6. Qual a raiz, a base, a origem de todos os males? É o dinheiro em si ou o apego ao dinheiro? Abra 1 Tm 6.9-10.

 

Certo ou errado?

(    ) O dinheiro foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do dinheiro.

(    ) Dinheiro não era problema para os sacerdotes; por ocasião da última páscoa eles deram dinheiro a certos indivíduos para apanharem Jesus em alguma palavra, entregaram 30 moedas de prata a Judas (o valor de uma olaria nas proximidades de Jerusalém) e pagaram grande soma de dinheiro aos soldados que guardaram o túmulo.

(    ) Paulo só não deu dinheiro ao governador Félix porque era pobre.

(    ) O que é ávido por lucro fácil e desonesto ama e pratica o suborno (Pv 15.27).

(    ) O suborno é pedra mágica e realiza muitas coisas, porque cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos (Pv 17.8 e Dt 16.19).

(    ) “O amor mais constante que geralmente se conhece é o amor do dinheiro; é um amor que não esfria, e que, pelo contrário, se exalta cada vez mais” (J. Manuel de Macedo).

 

Para pensar

Martinho Lutero só teve consciência do perdão de seus pecados depois de se apresentar de bolsos vazios diante de Deus. O reformador declarava que não temos nenhum recurso próprio, nenhuma possibilidade de livramento em nós mesmos porque “não só as nossas injustiças são imundas, mas também as nossas justiças” (Martinho Lutero, Obras Selecionadas, v. 1, p. 357). Ele chamava graça àquela grande abóbada debaixo da qual colocava toda a imundícia que os escribas fariseus escondiam dentro dos sepulcros caiados ou que deixavam dentro do copo. Ele transferia todos os seus pecados, a sua miséria moral, o seu sentimento de culpa, as suas imundas “justiças”, o seu desespero, o seu pavor do inferno e a ele mesmo por inteiro para debaixo daquela enorme calota que é a graça de Deus (Conversas com Lutero, p. 138).

Enquanto os de carteira recheadas não se humilharem, tornando-se iguais aos de bolso vazio, não haverá salvação para eles. Daí o apelo do profeta: “Venham, todos vocês que estão com sede (…) e vocês que não possuem dinheiro algum, venham comprem e comam!” (Is 55.1).

Publicado originalmente na revista Ultimato, edição 140.

 

 

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Um comentário para “A raiz de todos os males”

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