Obrigação ou ministério?

Obrigação ou ministério?

(para que serve a igreja?)

Texto básico: Atos 2.42-47

Texto devocional: Salmo 100.1-5

Versículo-chave: Salmo 122.1
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR”

Alvo da lição: Ao estudar esta lição, você terá condições de reconhecer o valor da reunião de oração, do culto e serviço cristão; e de participar de ambos.

Leia a Bíblia diariamente
S – Sl 122.1-8
T – Sl 133.1-3
Q – Jo 4.19-29
Q – At 2.41-47
S – Cl 3.12-17
S – Hb 10.19-25
D – Sl 84.1-12

Desde a segunda lição, estamos tratando do assunto “mordomia do tempo”. Vimos como é importante cultuar a Deus pessoalmente e com a família. A lição de hoje trata da importância de separarmos tempo para cultuar a Deus com nossos irmãos em Cristo, nos vários ministérios desenvolvidos pela igreja.

I. Tempo para o culto congregacional

1. A igreja primitiva e o culto (At 2.42-47; 20.7; 1Co 16.2)

Diariamente, os crentes primitivos estavam no templo, compartilhavam suas refeições com alegria e simplicidade de coração, louvavam a Deus e eram simpáticos a todos. Todos os dias havia conversões, e a igreja ia crescendo.

a. O culto ocupava lugar central na vida dos cristãos. Nesse culto havia ensino, comunhão, ceia do Senhor e orações. Foi por meio desse culto que a igreja se edificou e se fortaleceu.

b. A igreja primitiva praticava o culto coletivo e familiar. Os crentes iam ao templo, mas também se reuniam nas casas.

Nos cultos da igreja primitiva havia ensino, reverência, fraternidade e beneficência. Além dos cultos normais, havia reuniões diárias nas casas dos crentes, assim como atividades na igreja com a participação de todos.

Aplicação

Comparemos a nossa igreja com a igreja primitiva. Não estamos precisando de um retorno? Não seria bom adotarmos o programa da igreja primitiva?

2. A igreja moderna e o culto

a. O culto público (Hb 10.25) – O autor da Carta aos Hebreus exorta o crente quanto à necessidade de reservar um tempo para o culto congregacional. Há muitos motivos para o crente anelar pelo tempo em que passa no templo, cultuando o Senhor, com seus irmãos. Vejamos alguns deles.

  • A necessidade do culto – O culto é uma necessidade tão grande para a alma como o alimento é para o corpo. No salmo 84, o salmista expressa seu amor pela casa de Deus e declara a felicidade dos que vão ao templo, cheios de fé, para adorar, louvar e orar ao Senhor (Sl 84.2-4,10). Infelizmente, hoje, pela influência do mundo moderno, o crente está perdendo a noção da importância do culto. Quem deixa de ir ao culto, por qualquer motivo, quem troca a escola bíblica por outro programa qualquer, demonstra não reconhecer a importância do culto congre­gacional. Está exercendo má administração do tempo.
  • A bênção do culto –A igreja local constitui o centro do ensino da Bíblia. A cada cul­to o crente tem suas energias renovadas. Ele se reabastece para enfrentar a luta diária. Gozam bênçãos especiais aqueles que têm no coração o desejo ardente de cultuar o Senhor nos cultos congregacionais.
  • O valor do culto –“Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil…” (Sl 84.10). Os crentes fiéis e verdadeiros preferem estar na igreja a estar em qualquer outro lugar. Para estes, o culto tem grande valor. É no culto que adoramos e louvamos ao Senhor. É ali que aprendemos os princípios cristãos. É no culto que apren­demos mais da graça e da misericórdia do Pai, da Sua bondade e severidade, das Suas promessas, dos nossos deveres, do Seu amor e do Seu juízo. As melhores relações de vida estão no culto.
  • A comunhão cristã –A comunhão entre os irmãos da igreja primitiva era exercida no culto conjunto (At 2.42). Todos nós conhecemos bem a ilustração da brasa na lareira. Quando ela está no fogo, arde com as demais. Quando ela é afastada, rapidamente se apaga e se esfria. O crente que frequenta o templo e cultua a Deus com os demais irmãos sente o calor da fraternidade cristã.

Aplicação

Existirá investimento melhor de tempo que estar na igreja, com os irmãos, adorando e louvando a Deus?

b. A reunião de oração coletiva (Mt 18.19-20) – Jesus está falando sobre o valor da oração coletiva. Ela é valiosa porque tem a promessa de Jesus estar ali, no meio do Seu povo. É a garantia da presença de Jesus. É o valor pleno da oração.

Lucas registra que os crentes da igreja primitiva “perseveravam nas orações”, no estudo da doutrina e no aprendizado da Palavra. Lemos em Atos 3.1 que “Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona”.

A oração coletiva integra o crente no corpo de Cristo. Ela é um elemento essencial na vida do crente. Igreja que ora unida é igreja unida, sem divisões e contendas. Todo crente precisa desenvolver o hábito de frequentar as reuniões de oração de sua igreja, geralmente realizadas durante a semana. É a oportunidade de com­partilharmos nossa gratidão e necessidades e de orarmos uns pelos outros. Não é sem razão que, na Bíblia, o templo é chamado de “Casa de Oração” (Is 56.7). É o lugar onde as bênçãos e os benefícios, vindos de Deus, podem ser buscados e encontrados.

Aplicação

Você tem reservado um tempo, durante a semana, para estar na igreja orando com seus irmãos?

Deus ouve a oração de Seus filhos, não importa de onde Lhe seja dirigida. Entretanto, o crente deve participar das reuniões onde a igreja, como um todo, comparece diante do Senhor em oração (1Tm 2.3). Paulo orienta Timóteo a respeito do culto público – orações, intercessões … para que vivessem vida tranquila (1Tm 2.1,20).

Aplicação

Tem sido essa a prática em nossa igreja? Não será a desatenção a essa recomendação a causa de estarmos vivendo dias tão intranquilos, violentos, com tanta maldade e desrespeito? A nossa terra está muito doente e precisa ser curada!

II. Tempo para o serviço cristão

O crente que reserva um tempo para se ocupar na causa do Mestre é um servo produtivo, abençoado e feliz. O crente que fica parado, inerte, estagnado, assemelha-se a uma poça d’água. A água estagnada representa perigo! Da mesma forma, o crente desocupado corre perigo. Ele não se interessa pelo programa da igreja, tem a fé enfraquecida e se torna presa fácil de Satanás. O nosso dever de cristão se completa no serviço.

1. Por que devemos servir?

Por meio do serviço cristão, estamos glorificando a Deus e edificando outros.

2. Como devemos servir?

Devemos servir a Deus por meio dos nossos dons. Ele dá dons a todos os crentes para desempenho do Seu serviço (Ef 4.12). Os dons nos capacitam a servir melhor a Deus e ao próximo. Os dons são diferentes, os serviços são diferentes, mas o Senhor é o mesmo. Ele é Quem opera tudo em todos (1Co 12.4-6). Para servi-Lo de forma mais produtiva e eficaz, precisamos procurar descobrir e aplicar o dom que Ele nos deu.

3. Onde devemos servir

O crente precisa administrar seu tempo de tal forma que encontre uma maneira de servir ao Senhor, por meio dos diversos ministérios da igreja. Jesus instituiu a igreja para que o crente aplique seus dons ali. Deus quer que O sirvamos como corpo: muitos membros, cada um exercendo a sua função em conjunto e em benefício do outro.

Onde servir, na igreja, não falta. Há vários ministérios – ensino, trabalho com os homens, trabalho feminino, missões (evangelismo urbano e transcultural), música (que engloba o cântico congregacional, corais, conjuntos, instrumentos musicais). Na área social, há o ministério de assistência social, capelania, família, grupo de casais, visitação. Na área espiritual, temos o discipulado cristão, oração, cultivo espiritual. Nenhum crente pode reclamar que falta serviço na igreja. Como disse Jesus: “A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9.37).

É necessário que as igrejas se organizem de forma a aproveitar seus membros, nos mais variados dons, colocando as pessoas certas nos lugares certos.

4. Motivação para servir

A motivação para o serviço cristão é o amor: amor a Deus e amor ao próximo. Servir com amor é ministério. Servir sem amor é trabalho, ocupação. E o amor é o maior dos dons (1Co 13.13).

Aplicação

De que maneira Deus vocacionou você para servi-Lo na igreja? Que tal seu desempenho? Qual tem sido a sua experiência? Você conhece seu dom? Em que área de ministério da sua igreja você trabalha ou gostaria de trabalhar? Apresente-se para o serviço! A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos!

Conclusão

Obrigação ou ministério? O serviço motivado pela obrigação é fardo, canseira. En­tretanto, no momento em que o crente se dispõe a servir ao Senhor, por meio dos ministérios da sua igreja local, assume um compromisso com Deus e com a igreja, e tem a obrigação de desempenhá-lo da forma mais responsável possível. Jeremias adverte: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!” ( Jr 48.10).

>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, usado com permissão.

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3 Comentários para “Obrigação ou ministério?”

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