Juízo temerário versus discernimento espiritual

JUÍZO TEMERÁRIO VERSUS DISCERNIMENTO ESPIRITUAL

 

Textos Básicos:  Mt 7.1; Is 5.20

 

Introdução

Chama-se de juízo temerário o julgamento apressado, arrogante, baseado em impressões, em informações de segunda mão, em maledicência e no “ouvi dizer”. Para o julgamento não ser temerário, a sua motivação precisa ser trazida à tona e examinada. Por trás do juízo podem estar a inveja, o ciúme, a competição e o desejo de vingança. Em outras palavras, o auto-julgamento deve preceder o julgamento alheio. O mandamento de Jesus no sermão do Monte é claro: “Não julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus” (Mt 7.1, NTLH).

I. Para fazer diferença entre juízo temerário e discernimento espiritual

Se as Escrituras desencorajam o juízo temerário, elas encorajam o discernimento espiritual, sem o qual corre-se o risco de chamar o mal de bem e o bem de mal, a escuridão de claridade e a claridade de escuridão, o amargo de doce e vice-versa (Is 5.20).

Discernimento espiritual nada mais é do que distinguir com a maior precisão possível uma coisa da outra — cujas diferenças nem sempre aparecem à primeira vista — com o propósito de fazer o juízo certo. Em qualquer esfera da vida, há uma porção de pessoas, de pronunciamentos e de produtos falsos. Lidamos com isso diuturnamente. O mesmo problema invade e permeia a vida religiosa. É impressionante a lista de coisas falsas que a Bíblia denuncia: testemunho falso (Êx 20.16), notícias falsas (Êx 23.1), acusação falsa (Êx 23.7), juramento falso (Lv 6.3), língua falsa (Pv 21.6), pena falsa (Jr 8.8), visão falsa (Jr 14.14), circuncisão falsa (Fp 3.2), humildade falsa (Cl 2.23), irmãos falsos (2Co 11.26), profetas falsos (Mt 7.15), mestres falsos (2Pe 2.1), apóstolos falsos (2Co 11.13), espíritos falsos (1Jo 4.1) e até cristos falsos (Mt 24.24).

II. Para conversar e entender melhor o que a Bíblia diz

1. O cristão deve exercer juízo contra seu irmão? Veja Mt 7.1 e Rm 14.13.

2. A preocupação demasiada com a falta dos outros pode distrair o servo de Deus de suas próprias faltas? Examine o caso do argueiro (partícula leve separada de qualquer corpo, cisco) e da trave (madeiro grosso usado para sustentar uma estrutura) em Mt 7.1-5. Veja      também Jo 8.1-11.

3. A consideração da aparência leva a um bom julgamento? Verifique Jo 7.24, 1Sm 16.7, Mt 22.16 e Gl 2.6.

4. Jesus disse aos fariseus: “Vós julgais segundo a carne” (Jo 8.15). O que significa julgar segundo a carne?

5. Paulo se coloca contra o julgamento entre membros do corpo de Cristo e pergunta: “Quem és tu que julgas o servo alheio?” (Rm 14.4.) O que ele quer dizer com as palavras servo alheio? Consulte passagem semelhante em Tg 4.11-12.

6. Qual a situação do homem que, além de praticar as coisas que condena, ainda se coloca na posição de juiz com referência aos outros? (Veja Rm 2.1-3.)

7. Os cristãos serão julgados? Por quem? Quando? Quais serão os elementos usados no processo? Responda com 1 Co 4.1-5.

8. As Escrituras desencorajam o juízo temerário, mas encorajam o discernimento espiritual. Leia Isaías 5.20 em mais de uma versão e converse sobre o texto.

9. Como podemos encontrar equilíbrio entre o juízo temerário e o discernimento espiritual para obedecer ao conselho do apóstolo: “Não tratem com desprezo as profecias, mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom” (1Tm 5.20-21)?

 

III. Para pensar e marcar as alternativas corretas (C) e incorretas (I)

(   ) Não devo reparar o cisco no olho de meu irmão, mas o tronco que está no meu próprio.

(   ) Deus me colocou como vigia de meu irmão. Preciso segui-lo sempre. Anotar suas falhas. Sou espião de Deus.

(   ) “O Senhor não vê com vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1 Sm 16.7).

 

Conclusão

O campo do discernimento é muito vasto e difícil. É preciso discernir entre o bem e o mal, entre a verdade e a mentira, entre a vontade de Deus e a vontade própria, entre os grandes momentos de Deus e os acontecimentos comuns, entre o Espírito da verdade e o espírito do erro. Uma das parábolas de Jesus fala sobre o trigo e o joio. No entanto, a separação entre um e outro não cabe a nós.

 Sugestões práticas:

1.“ Não nos julguemos mais uns aos outros”. (Rm 14.13)

2.Torne-se observador da lei e não legislador ou juiz sobre o valor moral de outrem. (Tg 4.11-12)

3.Lembre-se de que o critério com que você julga, esse mesmo será usado contra você, de acordo com Jesus (Mt 7.2).

Autor da lição: Elben César. Publicado originalmente na revista Ultimato, edição 107.

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7 Comentários para “Juízo temerário versus discernimento espiritual”

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