Família: a igreja em miniatura

Família: a igreja em miniatura

Texto básico: Romanos 16. 1-16

Textos de apoio
– Gênesis 11. 27 – 12. 5
– Êxodo 12. 1-11
– Deuteronômio 6. 1-9
– Atos 2. 44-46
– Atos 12. 1-17
– Tito 2. 1-10

Introdução

Se do ponto de vista sociológico, a família, entre outros atributos, é considerada a “célula mater da sociedade”, do ponto de vista bíblico ela pode ser considerada a “célula mater da igreja”. Porque a família é, de fato, o ambiente primário onde os cristãos vivenciam as alegrias e as demandas do discipulado cristão.

Ao falarmos do lugar da família na missão de Deus, devemos tomar cuidado com uma visão excessivamente pragmática, como se a família existisse PARA alguma coisa, quando de fato ela É em si mesma, antes de servir para algo. Ela é criação de Deus. Ela é o ambiente primário (“célula mater”) onde experimentamos a imago Dei: “a projeção da comunidade divina na comunidade humana” (Jorge Atiencia).

Ao mesmo tempo, esse “ser” da família a conduz naturalmente para uma “posição missionária”, pois ela deve testemunhar, entre seus membros e para além deles, a vontade revelada de Deus para a Sua criação. Ou, sendo mais preciso, a vontade de Deus para a sua nova criação alicerçada em Jesus Cristo.

A família é uma extensão da igreja, ou a igreja é uma extensão da família? Não precisamos, e nem devemos, escolher uma via única. A via é de mão dupla! Há uma interdependência e uma inter-relação entre esses dois ambientes. Assim sendo, a família e a igreja devem cuidar, nutrir e sustentar uma à outra, para que cada espaço escuro e insalubre do nosso mundo caído seja iluminado e salgado pelo governo eterno de Deus.

Para entender o que a Bíblia fala

1. Leia atentamente o texto de Romanos 16. 1-16, e procure destacar as palavras ou expressões que revelam a importância das famílias (“casas”) para o ministério de Paulo e para o desenvolvimento da igreja cristã nos seus primórdios.

2. Considerando aquilo que nós sabemos sobre Paulo e sobre os romanos, como você acha que as pessoas citadas neste trecho devem ter “arriscado suas vidas”, “trabalhado arduamente” e “sido uma grande ajuda” para Paulo e para outras pessoas?

3. Como observa o pastor e psicólogo equatoriano Jorge Maldonado, apesar da lista de saudações de Paulo apresentar quase o dobro de homens (dezenove no total, contra dez mulheres), “somente três homens são saudados como líderes de igrejas, enquanto sete das dez mulheres são mencionadas especificamente por sua liderança (vv. 1-2, 3-5a, 6a, 7a, 12)”. O que isso revela sobre o “padrão” de liderança que predominou na igreja do século I, especialmente nas igrejas de origem gentílica? Na sua opinião, isso pode ter influenciado a ramificação da igreja cristã na sociedade? Por que?

4. Sabemos que os lares e as famílias continuam tendo um papel fundamental na missão e no crescimento da igreja de Cristo. Que fatores nos ajudam a entender e explicar o lugar especial que a família deve ocupar na estratégia missionária de nossas igrejas?

Para Refletir

A missão nascida no coração de Deus cobra vigência e urgência num ambiente de íntima adoração e comunhão com ele. Desenvolve-se em meio ao louvor e à adoração, onde se escuta a Palavra de Deus e se recebe a iluminação do Espírito Santo, que guia a toda a verdade. O mesmo Espírito dá o poder e a direção para que a igreja seja agente ativa do Reino de Deus, e isso inclui a “igreja em miniatura”, a família.
Missão é, então, refletir o amor de Deus com atitudes concretas em um ambiente de dor, violência e morte. É viver em paz com Deus e com o próximo e procurar a paz para o mundo. É atuar com eqüidade e lutar pela justiça. É relacionar-se em estreita comunhão, ajuda mútua e testemunho público com o Corpo de Cristo, a igreja, e com a comunidade humana. É ser signo e agente do reino de Deus, como primícia da nova humanidade que o Senhor está formando em Cristo.
[…] Certamente o lar é o meio mais natural (pelas relações permanentes), mas também o mais difícil (pela intimidade e conhecimento mútuo), para o testemunho do reino de Deus. Entretanto, a mudança que Cristo provoca na vida individual pode modificar o ambiente do lar, transformando a família numa luz em meio às trevas. […] Os membros de uma família, como pequena igreja, aprendem a fazer a obra e a vontade de Deus juntos, por meio do poder do Espírito Santo. Sua aprendizagem inclui o cuidado dos necessitados – as viúvas, os órfãos e os pobres – tal como foi ordenado a Israel séculos antes (1 Tm 5.3; Ef 4.28; Rm 12.13; 1 Co 16.1; 2 Co 8.1-7, 14; 9.6-15). Parte da missão da família cristã como igreja em miniatura é prover lar para os que carecem dele. A hospitalidade é um dos atributos de um bom cristão (Rm 12.13), e cremos que isso inclui dar apoio às mães abandonadas, aos presos e às crianças desamparadas (Mt 25. 35-36).
[…] A pequena comunidade cristã, a família, pode ser o modelo do que Deus quer fazer por outras pessoas e famílias. Em íntima comunhão com o Senhor da família e da missão, com o Filho Jesus Cristo como centro do lar e por meio do poder e direção do Espírito Santo, a família cristã pode ser e fazer a perfeita vontade de Deus. […] Parece demasiado idealista? É possível a família cumprir a missão que Deus lhe confiou? Continua válida a responsabilidade entregue aos pais em Deuteronômio de ensinar de geração em geração? Hoje em dia, quando várias instituições assumem responsabilidades que eram dos pais, o que cabe a eles fazer? A igreja local deve estimular e apoiar o ensino nos lares e, visto que a metade da população latino-americana é composta por crianças e jovens, esta tarefa é enorme.

(Dorothy Flory de Quijada. “A Família na Missão de Deus”. In Casamento e Família: uma abordagem bíblica e teológica. Jorge Maldonado, editor. Viçosa, MG: Ultimato, 2003, pp. 143-160).

Para Terminar

1. Na sua igreja local as famílias são consideradas como um “braço da igreja” que chega até cada vizinhaça e cada rua da sua cidade? Como esta visão poderia ser aperfeiçoada e fortalecida entre os membros da igreja?

2. De que maneiras PRÁTICAS nós poderíamos imitar o exemplo daqueles cristãos citados por Paulo no final de sua carta aos romanos (16. 1-16) – “arriscando nossas vidas”, “trabalhando arduamente no Senhor” e “sendo de grande auxílio para muita gente”?

Eu e Deus

“Senhor, que minha família experimente a graça de ser um luzeiro para toda a vizinhança, refletindo Tua luz em cada canto escuro de nossa rua e nosso bairro. Que nos sintamos enviados pela Igreja de Cristo para testemunhar o reino de Deus dentro e fora das quatro paredes de nosso lar!”

Leia mais

> Acontece nas Melhores Famílias

> Antes de Casar

Autor do estudo: Reinaldo Percinotto Júnior

Estudo bíblico desenvolvido a partir do capítulo 8 (A família na missão de Deus, de Dorothy Flory de Quijada) do livro “Casamento e Família: uma abordagem bíblica e teológica” (Jorge Maldonado, org.), fora de catálogo, publicado pela Editora Ultimato.

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6 Comentários para “Família: a igreja em miniatura”

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