Em Busca de Uma Igreja Saudável

Em Busca de Uma Igreja Saudável

Texto Básico: Efésios 4.25-32

Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo. Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não deem lugar ao Diabo. O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade. Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo. 

O cerne da responsabilidade da Igreja, como unidade ou Corpo de Cristo, é manifestar ao mundo a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3.10). A palavra “multiforme” implica em não uniformidade. É uma grandeza e profundidade imensurável, inclusive ao criar situações que, aos olhos humanos, parecem absurdas.

Como projeto de Deus, a igreja local, precisa corresponder à expectativa divina e expressar com igual criatividade, a multiforme sabedoria de Deus. Portanto, trilhar este caminho implica que seus membros adotem novas posturas que os nascidos em Cristo devem ter.

I. Deixando a mentira e falando a verdade

A exortação bíblica, não é só para a mentira ser deixada, mas para a verdade ser falada. A verdade de Deus tem caráter absoluto! Ela não depende de circunstâncias, pessoas ou lugares. A verdade não pode ser manipulada, mascarada ou escondida. Somente a verdade pode legitimar a verdadeira vida cristã. Viver de acordo com os altos níveis da verdade é a chave para alcançar uma igreja saudável.

A Bíblia diz: “não mintais uns aos outros” (Col 3.9). A mentira (gr. Pseudo) representa qualquer tipo de desonestidade proferida ou vivida. Ora, não há nada que represente melhor o diabo do que a mentira, assim como não há nada que represente mais a Deus do que a verdade. Todo aquele que ama e pratica a verdade, está sob o domínio de Deus. Mas o mentiroso habitual, pertence ao reino do diabo, cujo ser todo é mentira.

II. Deixando a ira

Quando a Bíblia diz: “Quando vocês ficarem irados, não pequem”, está falando de dois tipos de ira: primeira, a ira permitida, como uma reação natural contra qualquer forma de injustiça ou atitude contrária a Palavra de Deus. É um tipo de indignação justa, porém essa ira não pode ser alimentada: “Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha”. Por que? Para não abrir portas e assim o diabo entrar em nossa vida. A ira é uma das portas pelas quais o diabo procura entrar, devemos mantê-la fechada!

Segunda, a ira como indignação carnal. Foi sobre este tipo de ira que Tiago escreveu: “a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tg 1.20). A ira, expressa por palavras ásperas e nocivas, é tratada na Bíblia como um julgamento. Por isso, o cristão torna-se indesculpável quando se manifesta de forma precipitada e descontrolada em seus relacionamentos. Como seguidores de Jesus, temos que substituir a ira passional por atos de justiça. Remover essa ira do coração é uma ação que, além de limpar o “solo” da alma, deixa-a pronta para o desenvolvimento e frutificação da Palavra de Deus.

III. Falando com propósito

O versículo 29 afirma: “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe”. O termo “Torpe” (gr. sapros) quer dizer basicamente “podre”, “sem valor”: queixume, zombaria, palavras chulas, grosseiras. Palavra “torpe” também significam palavras cínicas, sarcásticas, expressões obscenas que não beneficiam a quem ouve, pois são sem conteúdo: não edificam nem dispensam graça aos ouvintes. São conversas fúteis e imorais, que além de não terem valor, espalham podridão, contaminando assim os que delas participam e pior: conspiram contra a unidade do Corpo!

Palavra torpe”, junto com a “mentira”, a “ira” e o “furto”, entristecem o Espírito Santo. Porém o falar construtivo, aquele que, em última análise, expressa o que é certo, na hora certa, de forma certa, é um falar com propósito. Quem assim procede, além de falar o mínimo possível, erra menos e evita um caminhão de encrenca. Portanto, o falar sábio e honesto é o distintivo que nenhum cristão pode se dar ao luxo de dispensar.

IV. Livrando-se de toda a amargura

Paulo faz uma lista de ações próprias do velho homem. Hábitos negativos antagônicos à “nova vida” em Cristo: Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade (v. 31). Destaco aqui apenas a palavra “amargura”, que é a fonte de todos os outros hábitos que seguem.

Amargura” significa ter uma disposição dura, maliciosa e inclinada para contenda. Ela torna a pessoa insensível, “fechando-se” à operação do Espírito Santo.

V. Sendo bondoso e misericordioso

Devido à relação íntima existente entre estas duas palavras, muitas vezes as usamos como sinônimos. Apesar desta relação estreita, na prática, elas têm uma pequena diferença:

  • Misericórdia tem a ver com o sentir, ou seja, é uma disposição interior, gerada pelo Espírito Santo, que nos leva a ser sensíveis às necessidades das pessoas (sejam físicas, emocionais e espirituais).
  • Bondade tem a ver com a prática, ou seja, é a misericórdia em ação (seja por palavras ou atos).

“A verdadeira bondade não é meramente impulsiva, mas racional e atenciosa; portanto ela se detém diante de algum problema para inquirir que serviço pode prestar, e qual a melhor maneira de fazê-lo… A bondade deve estar disposta a dedicar tempo, atenção, paciência, e até mão-de-obra; não apenas dinheiro, palavras bondosas e olhares compassivos” (Bethune).

Existe bondade sem misericórdia, mas não existe misericórdia sem bondade.

Aplicação Pessoal

– Do que você estudou nesta lição, o que mais o desafiou? Por quê?

Pense em algo que você pode fazer para se comprometer mais a fundo com a unidade de Sua igreja. (Escreva!)

– Para quem você poderia prestar contas deste seu compromisso durante um mês?

Autor do Estudo: Josadak Lima

Retirado de UNIDADE – a missão conciliadora da igreja. Publicado com permissão.

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3 Comentários para “Em Busca de Uma Igreja Saudável”

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