A Relevância dos Dez Mandamentos na Igreja

A RELEVÂNCIA DOS DEZ MANDAMENTOS NA IGREJA

 

Texto básico: Êxodo 19.1-20.17

Texto devocional: Salmo 19.1-14

Versículo-chave:
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha” (Êx 19.5).

Alvo da lição:
Você entenderá a atualidade dos Dez Mandamentos, pois o propósito de Deus para Seu povo não mudou.

Leia a Bíblia diariamente
Segunda: Js 1.1-9
Terça: Dt 7.1-11
Quarta: Dt 26.16-19
Quinta: Dt 30.15-20
Sexta: 2Tm 4.1-5
Sábado: 2Tm 4.6-16
Domingo: 2Ts 2.13-17

 

Introdução

Quando pensamos nos dez mandamentos, imaginamos logo um fato restrito ao passado, no Antigo Testamento, e que nada tem a ver com o cristianismo da era da graça.

Roderich Meredith disse que há todo tipo de pensamento sobre os dez mandamentos: todos gostam do filme, alguns os amaldiçoam, outros os quebram e outros os chamam de “lei impossível”.
Fazemos aqui três considerações sobre os dez mandamentos.

1. São palavras de Deus. Moisés transmitiu, mas o Doador e Autor é Deus (Êx 20.1-2).

2. Apresentam a aliança de Jeová com Israel. Deus está fazendo uma aliança com Seu povo e deixa mandamentos que deverão ser observados (Êx 19.5).

3. Não são uma imposição autoritária, mas produto de uma aliança que foi aceita alegre e voluntariamente (Êx 19.8). Os mandamentos traçam uma linha de relacionamento vertical (homem | Deus) e outra horizontal (homem = homem). Nas palavras de Lutero: “Os dez mandamentos formam um compêndio de doutrina divina, o qual nos ensina como devemos nos comportar a fim de que a nossa vida agrade a Deus”.

 

I – O HOMEM EM RELAÇÃO A DEUS (Êx 20.3-11)

Os quatro primeiros mandamentos tratam do relacionamento comprometido do homem com Deus. Esses revelam quatro características de Deus, segundo Paul Hoff, que deverão ser observadas.

1. A unicidade de Deus (Êx 20.3)

Deus chama a atenção para Si mesmo em primeiro lugar, proibindo a idolatria. O homem não pode adorar outros deuses, pois não existem; eles são como o vento (Os 12.1).

Aplicação para hoje
Sempre que qualquer pessoa ou objeto toma o primeiro lugar em nossa vida – o lugar que pertence somente ao Deus verdadeiro – cometemos o pecado de idolatria.

2. A espiritualidade de Deus (Êx 20.4-6)

Ao homem é proibido adorar imagens, como também prestar culto ao verdadeiro Deus de forma errada ( Jo 4.24). Esse segundo mandamento não foi dirigido aos deuses pagãos das outras nações (isso foi proibido no primeiro), mas contra a falsa noção de adoração a Deus que pudesse levar Israel a representá-Lo por uma imagem, conforme o costume das nações ao redor (Dt 4.15-19).

3. A santidade de Deus (Êx 20.7)

Esse mandamento proíbe o uso do nome de Deus de maneira leviana, insincera. O nome de Deus revela o Seu caráter. Jesus deu ênfase à atitude de reverência que devemos ter com o nome de Deus, na oração que ensinou: “santificado seja o teu nome” (Mt 6.9).

Aplicação para hoje
Como ficam aquelas expressões corriqueiras aprendidas e usadas no dia a dia e que usam o nome de Deus? Expressões como “meu Deus!”, ou “Deus me livre!” denotam o uso indevido do nome de Deus, pela mera força do hábito (Mt 12.36).

4. A soberania de Deus (Êx 20.8-11)

Um dia da semana pertence a Deus. Reconhece-se a soberania de Deus guardando o dia do repouso. Santificar significa separar para o culto e serviço. Esses quatro mandamentos formam a parte vertical do pacto que trata do relacionamento do homem e Deus.

II – O HOMEM EM RELAÇÃO AO HOMEM (Êx 20.12-17)

Deus chamou Israel para ser propriedade peculiar, reino de sacerdotes e nação santa dentre todos os povos (Êx 19.5-6). Era preciso garantir que como nação pudessem desenvolver relacionamentos humanos.

1. Respeito aos representantes de Deus (Êx 20.12)

Se o homem não honrar aos pais, tampouco honrará a Deus, pois essa é a base de respeito a toda autoridade (Ef 6.2,3). A observância dessa lei é tão importante que bênçãos eram prometidas a todos quantos a guardem.

2. A vida humana é sagrada (Êx 20.13)

É a proibição do homicídio. Como quem nos fez, Deus conhece a maldade inata em nosso coração. Deus freia essa maldade e nos exorta ao respeito e à integridade física alheios. Mas não esqueça a palavra de João: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino” (1Jo 3.15).

3. A família é sagrada (Êx 20.14)

Esse mandamento protege o matrimônio por ser instituído por Deus (Lv 20.10). Jesus, ao interpretar esse mandamento, nos mostra que a lei de Deus tem a ver com os pensamentos e intenções do coração.

Aplicação para hoje
A lei de Deus não somente exige castidade, pureza do corpo, como também pureza no íntimo, pureza da mente e das afeições (Mt 5.27-32). É interessante notar que quando se trata dos mandamentos horizontais (homem = homem) a ordem é primeiro aos de casa, depois aos de fora.

4. Respeito à propriedade alheia (Êx 20.15)

Há várias maneiras de violar esse mandamento: não pagar suficientemente ao empregado; não fazer o trabalho correspondente ao salário combinado; cobrar demasiado, além de roubar. Isso é desrespeito à integridade alheia (Ef 6.5-9).

Aplicação para hoje
Como tem sido nosso comportamento no trabalho em relação ao horário (chegar atrasado, sair mais cedo) e à produtividade?

5. A justiça (Êx 20.16)

O testemunho falso, sem valor e sem fundamento constitui uma das formas mais seguras de arruinar a reputação de uma pessoa (Pv 6.16-19).

Aplicação para hoje
É muito importante tomar cuidado quando somos solicitados a dar opinião a respeito de outras pessoas. O que dissermos poderá se tornar definitivo.

6. O controle dos desejos (Êx 20.17)

Não cobiçarás” é a manifestação plena do caráter ético do Decálogo.

A cobiça é o ponto de partida de muitos pecados contra Deus e contra os homens. Cobiça é o desejo imoderado e violento de possuir alguma coisa: não se trata de simples desejo, mas do desejo que é sensual e não restrito ou disciplinado. Paulo faz referência a esse mandamento, em Romanos 7.7, não apenas como “autobiografia” – é a “biografia” de todo ser humano. Foi esse pecado interior, em parte, que levou à queda Adão e Eva.

Aplicação para hoje
Deus preservou Seu povo nos Dez Mandamentos uma linha perfeita de relação vertical e horizontal.

III – JESUS E OS DEZ MANDAMENTOS (Mt 5.17)

1. Jesus não veio revogar ou invalidar a lei, pelo contrário, veio cumpri-la de acordo com o propósito eterno de Deus. Jesus ampliou a lei, mostrando os motivos íntimos e as atitudes do coração que conduzem o homem a quebrar os mandamentos (Mt 5.21-30). “Mas eu vos digo”.

2. Jesus condenou o legalismo dos fariseus que transformaram a lei num amontoado de proibições da qual eles mesmos estavam isentos (Lc 11.46) e que dela se utilizavam em benefício próprio em nome da justiça (Mt 5.20). O grande erro dos judeus foi tirar o coração da lei. Tornaram-se legalistas ao extremo e se esqueceram da pessoa.

CONCLUSÃO

É importante notar que em todo o livro do Êxodo Deus trata o povo como “vós”, mas, ao falar o decálogo, o pronome é “tu”. A sede da moral e da religião está no indivíduo. A moral brota dentro da pessoa. Jesus disse que o que contamina o homem é o que vem do coração (Mt 15.18). Baseados no exposto podemos perguntar:

• como cada um de nós tem reagido aos mandamentos de Deus?

• será que a forma de amar o próximo tem evidenciado o nosso amor a Deus?

Autor da lição: Pr. Paulo Chaves Barbosa
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “O Comportamento do Crente”. Usado com permissão.

 

Print Friendly, PDF & Email

Tags: , ,

9 Comentários para “A Relevância dos Dez Mandamentos na Igreja”

    Error thrown

    Call to undefined function ereg()