Todos eles perderam a coragem; tremendo, saem das suas fortalezas. (Sl 18.45.)

Não há nada pior do que perder a coragem. É a coragem que me faz viver, pois a vida como ela é não vale a pena. É a coragem que me faz andar, pois o caminho a ser percorrido está cheio de buracos e bagulhos. É a coragem que me faz crer, pois “a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hb 11.1). É a coragem que me faz amar, pois o amor foi substituído pelo ódio. É a coragem que me faz me sacrificar por alguma causa, pois meu apego à vida, à comodidade e aos bens é entranhado.

Sem coragem não me aproximo de Deus, não professo minha fé em Jesus, não perdoo o irmão que pecou contra mim, não contribuo para a causa do evangelho, não saio de Jerusalém, não renuncio aos desejos da carne, não faço promessas e não cumpro votos.

A falta de coragem é paralisante. Daí o registro histórico do salmista a respeito dos povos que guerreavam contra Israel: “Todos eles perderam a coragem” (Sl 18.45). Porque perderam a coragem, saíram, tremendo, de suas fortalezas, fugiram, sumiram, aceitaram o fracasso, a derrota. O mesmo aconteceria, na profecia de Jeremias, ao próprio povo de Deus, por ocasião da invasão da Babilônia: “Naquele dia, o rei e os seus oficiais perderão a coragem, os sacerdotes ficarão horrorizados e os profetas, perplexos” (Jr 4.9).

Em meio ao grande tumulto que a sua presença e palavra despertaram em Jerusalém, depois de sua terceira viagem missionária, e em meio ao clamor da multidão que queria a sua morte, Paulo ouviu a voz do Senhor, que lhe dizia: “Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma” (At 23.11). Deus não tirou o apóstolo da prisão, mas alimentou a sua coragem!

Trecho retirado de Um Ano com os Salmos, Editora Ultimato.

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