… que existiu desde a criação do mundo. (1Jo 1.1b)

Belém, na visão do pintor Vasily Polenov (1882)

A verdadeira história do verdadeiro Jesus não começa na cidade de Belém, onde ele nasceu, nem na cidade de Nazaré, onde ele foi concebido. Ele simplesmente existe “desde a criação do mundo”. Jesus é anterior a tudo e a todos. Tão anterior que “nada do que existe foi feito sem ele” (Jo 1.3). Ele mesmo afirmou tranquilamente aos judeus: “Antes de Abraão nascer, Eu sou” (Jo 8.58). Por enxergarem apenas a natureza humana de Jesus (o Verbo feito carne), esses judeus “pegaram pedras para atirar em Jesus”, por considerarem blasfema essa sua afirmação (Jo 8.59). Um pouco antes, esses mesmos homens haviam perguntado quem ele era, e Jesus respondeu de pronto: “Desde o começo eu disse quem sou” (Jo 8.25; ou “o que eu não cesso de vos dizer desde o começo”, na Tradução Ecumênica da Bíblia). Se eles tivessem perguntado a Jesus qual era o seu nome, o Senhor já teria a resposta na ponta da língua: “Eu Sou Quem Sou” ou apenas “Eu Sou”. Esse solene “Eu Sou” aparece apenas mais uma vez na Bíblia, como o nome do próprio Deus (“Eu Sou Quem Sou”; Êx 3.14).

O que aconteceu em Nazaré e em Belém foi a humanização de Jesus, quando ele “abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos” (Fp 2.7). Nessa ocasião de tremendo significado histórico, Cristo Jesus se identificou com o ser humano, sem deixar de ser Deus em sua plenitude. É por essa razão que Jesus pôde fazer o que ele fez e falar o que falou.

Os discípulos levaram algum tempo para admitir todas essas coisas, mas o mais resistente de todos, Tomé, logo depois da ressurreição, entregou os pontos e fez sua profissão de fé chamando Jesus de “meu Senhor e meu Deus” (Jo 20.28).

Jesus não tem idade. Ele é o que era, o que é e o que será!

Trecho retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.

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