A propósito do lançamento do livro De Quem é a Terra Santa?, de Colin Chapman, Ultimato recuperou a nota a seguir, escrita pelo pastor Elben César, com referência às tentativas dos cruzados de recuperar a Terra Santa das mãos dos muçulmanos entre 1096 e 1270

Tomada de Jerusalém pelos cruzados, em 1099

Aconteceu há 900 anos. No dia 15 de junho de 1099. Na manhã desse dia os cruzados entraram em Jerusalém, mataram os soldados sarracenos, violentaram muitas mulheres, arrancaram as crianças do peito de suas mães e as jogaram de encontro à parede e incendiaram a sinagoga na qual os judeus haviam se refugiado.

Toda essa loucura foi realizada em nome de Deus por causa de uma série enorme de equívocos e de circunstâncias favoráveis. Uma das motivações foram as visões aqui e acolá que muitos levaram a sério (era o último ano do século XI). Alguns viram a Jerusalém celestial descer do céu e parar no Oriente. Alguém declarou ter ouvido a voz de um bispo já falecido que esclarecia que para tomar a cidade era necessário fazer penitência, marchar descalço ao redor dela, jejuar e depois atacá-la com todas as forças. Havia mais fanatismo do que entusiasmo cristão e tudo o que foi feito na longa caminhada entre a França e a Palestina e na conquista de Jerusalém era moralmente errado, mas a cultura da época não conseguia discernir. Ao todo houve oito cruzadas, de 1096 a 1270. Exceto a primeira e a sexta, todas fracassaram na tentativa de recuperar a Terra Santa das mãos dos muçulmanos. Elas trouxeram consequências desagradáveis que perduram até hoje, especialmente a inimizade entre o cristianismo latino e o cristianismo oriental e a reação violenta dos muçulmanos contra os cristãos.

Texto originalmente publicado na edição 258 de Ultimato.

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