“Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4).

O cosmos inteiro se preparou para receber Jesus. Ele não nasceu por um acaso, de qualquer maneira, num improviso de última hora. Talvez o fato do parto ter se dado num estábulo nada higiênico, e o menino ter sido posto numa manjedoura nada confortável, possa parecer que não houve planejamento. Mas não é isso que a Bíblia nos mostra. Ao contrário: Jesus nasceu “na plenitude dos tempos”. Seria o mesmo que dizer que Ele nasceu no momento exato, para a inauguração da nova dispensação, para revelar a graça de Deus aos homens, no tempo determinado pelo Pai.

            Naquela altura praticamente todo o mundo conhecido estava dominado pelo imponente Império Romano. Fruto da força imperialista havia uma língua predominante falada em todo lugar, o grego. Haviam estradas pavimentadas conectando as principais cidades da época, as “curas viarium”, facilitando o deslocamento das tropas e rapidez na comunicação. Havia paz, muito embora mantida pela força das armas do império, a “Pax Romana”. Tudo foi preparado para outros fins, mas por elas as notícias do nascimento, vida, ministério, morte e ascensão de Cristo se espalharam rapidamente por todo o mundo. Jesus nasceu num momento histórico inigualável. A Eternidade invadiu o nosso espaço-temporal, foi revelada diante dos olhos dos homens no tempo apropriado.

Paulo proclamou a pré-existência de Jesus ao narrar que Ele foi enviado por Deus. O Evangelho de João confirma isso: “Ele veio do Alto”, “entrou no mundo”. No entanto se manifestou a nós por meio da encarnação, nascido de mulher. Mateus e Lucas ainda acrescentariam, “nascido de uma virgem”. Lucas registra a visita do Anjo a Maria: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus” (Lc 1.35). A humanidade de Jesus remete à Maria, sua mãe humana; a Sua ausência de pecados e Sua divindade remetem ao Espírito Santo que cobriu Maria.

Mas, para que Jesus nasceu? Essa pergunta quase ninguém faz no Natal. Ela é fundamental e dá sentido e significado a esta celebração. Diria John Stott, “Jesus nasceu para morrer”. Em seu ministério o tempo todo ele previu a Sua morte, dizendo que era a “hora” para a qual havia sido enviado (Jo 12.27). Na sua última noite instituiu uma ceia em sua memória: o pão e o vinho que falam não do seu nascimento, nem de sua vida, muito menos de seus milagres e curas, mas de sua morte violenta em uma cruz. Os credos escritos pela Igreja no correr da história, inclusive, passam direto do Seu nascimento para a Sua morte: “Nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”. Jesus nasceu para morrer.

Jesus nasceu em tempo determinado para que a glória encarnada de Deus fosse vista por nós, e através de Sua morte pudéssemos contemplar a glória de Deus na Eternidade, quando essa vida transitória se desfizer. Jesus morreu para que fôssemos salvos.

“Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.10,11).

Tenha um Feliz Natal!

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