Por Lenita Assis*

Num lindo lago à margem esquerda do rio Solimões e próximo da cidade de Iranduba (AM), entremeado pelo verde exuberante da floresta amazônica, existe uma escola bíblica, totalmente indígena. Seu nome é Semiraita, que significa “meu povo” em Nheengatu, língua indígena compartilhada por diferentes povos do Amazonas.

A visão desta escola nasceu no coração de Henrique Dias Terena, presidente do Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas (Conplei). A grande responsabilidade desta posição não lhe permitiu que tomasse à frente na obra. Um grupo, que incluía indígenas e não indígenas, teve o privilégio de iniciar o projeto. Deus supriu de forma milagrosa o terreno, e as atividades da escola iniciaram em 2015, com alunos de cinco diferentes etnias.

No momento, o Semiraita está completamente sob a liderança de Alceris e Arlene Dias Terena e, para a glória de Deus, está pegando embalo. Ainda existem muitos desafios. Apesar do evangelho estar entre os povos originais do Brasil por muitas décadas, existem poucos que arriscam a se entregar totalmente e assumir a responsabilidade de sustentar tal obra. O paternalismo estrangeiro do passado fez muito dano, dando a impressão equivocada que os povos indígenas não seriam capazes de tomar frente de uma obra dessa magnitude. No entanto, a Bíblia assegura que todos os dons e privilégios dos filhos de Deus foram dados a todos e certamente está na hora da igreja indígena ser protagonista no alcance de outros povos ainda longe do conhecimento de Jesus Cristo.

Alceris e Arlene sonham e oram para uma participação maior de indígenas cristãos que estariam prontos a viver neste instituto, que ainda é um pouco rústico. A segunda preocupação deles é ter parcerias com pessoas não indígenas com habilidades para ensinar matérias bíblicas e práticas profissionalizantes. Estas pessoas deveriam estar prontas a trabalhar sob uma liderança indígena, com desafios de uma obra ainda em seu início. Quem sabe Deus está chamando algum leitor?

Nossa experiência

Durante os cinco anos que estivemos ajudando o Conplei, nos envolvemos totalmente, além de aulas de disciplinas bíblicas e saúde, Elias, meu marido, trabalhou junto com os alunos nas construções, carregando tijolo, fazendo casa, plantando mudas etc. Daniel, nosso filho, ajudou nas plantações de sementes, pescarias etc. Várias mudas de frutas e outras árvores foram plantadas. Em nossa casa, Elias tinha uma verdadeira estufa de árvores que estão sendo plantadas no terreno do Conplei, onde fica o Semiraita.

Eu dei aulas bíblicas, ajudei no aprendizado prático de português oral, com leituras e interpretação de texto. Também fui motorista, levando gente para o hospital ou resolvendo coisas em Manaus. E muitas vezes cozinhava para os alunos.

*Lenita é antropóloga e o marido, Elias, é médico. Ambos se conheceram no CEM.

  1. Olá, Lenita.
    Tivemos o privilégio de conhecer mais de perto o pr Alceris Dias,​ que neste fim de semana, tem nos falado sobre o trabalho do Semiraita. Há dois anos nossa igreja tem contribuído com esse trabalho e penso que a partir de agora, contribuiremos ainda mais. Que os povos indígenas brasileiros possam ser alcançados pelo evangelho para experimentarem a salvação em Cristo e para glorificarem a Deus!

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