Presidente da MAIS (Missão em Apoio à Igreja Sofredora), o Pr. Luiz Renato Maia está lançando seu primeiro livro: Perseguição: precisamos dela? A obra fala sobre perseguição religiosa costurando reflexões bíblicas com experiências pessoais do autor. O livro pode ser adquirido na loja da MAIS por R$ 25. Curioso? Fizemos algumas perguntas a Maia, confira suas respostas:

 

Qual é o cenário da perseguição religiosa atual?

Perseguição religiosa não é apenas definida quando há risco de morte ou o ato em si, mas toda e qualquer investida contra uma pessoa ou comunidade. Existe desde os primórdios da igreja, e biblicamente falando a tendência é o crescimento da perseguição contra cristãos. No último dia das mães, eu pregava em um culto pela manhã quando recebemos a notícia de igrejas explodidas por homens bombas na Indonésia. Horas antes recebemos a notícia com fotos de igrejas queimadas no Nepal e com o alerta que são parte de um trabalho hindu que quer exterminar o evangelho de forma coordenada no Nepal e na Índia. Sem contar as histórias dos refugiados que chegam até nós com pitadas de atrocidades que nem se fazem necessários comentar, mas que confirmam o crescente desenvolvimento da perseguição religiosa pelo mundo afora.

 

Como este cenário impacta a fé e a igreja hoje em dia?

No Ocidente muitos cristãos se enchem de pavor com cada notícia e com grande temor de que esta perseguição chegue ao nosso país, mas o que vemos nas regiões de grande perseguição é um crescimento do evangelho mesmo em meio às pressões. Isso com certeza se dá pela convicção de que anunciar o Reino de Deus é muito mais valioso do que a vida. Essa é uma verdade que, infelizmente, muitos de nós ainda não vivenciamos. Crentes que são perseguidos, com filhos sequestrados, apanham e ficam em cativeiros por dias e quando são soltos o que mais querem é ir a uma igreja com a família para um culto de gratidão a Deus por Ele ter cuidado de sua casa. Parece surreal para muitos de nós que muitas vezes não vamos à igreja porque o pastor falou algo que não gostamos ou porque gostamos de dormir no domingo de manhã. A perseguição fortalece esses irmãos.

 

Que tipo de histórias poderemos encontrar no livro?

Meu grande sonho com este livro é dar voz às histórias da igreja sofredora para que possamos ser muito mais do que encorajados com seu testemunho, mas confrontados sobre nossa fé. Esse confronto vem, por exemplo, quando falo da vida de um menino de apenas 16 anos de idade que foi preso por causa de sua conversão, torturado por meses na cadeia. A única coisa que os seus algozes queriam era uma frase que negasse sua fé em Cristo. Pense, o que você faria se estivesse com 16 anos preso por causa de sua fé? Esse menino não só suportou as pressões como também continuou pregando o evangelho mesmo preso. Ao fim de seu tempo na cadeia, mais 120 pessoas foram transformadas por Jesus através da fé desse menino.

 

Como podemos aprender com os perseguidos quando vivemos num contexto de liberdade?

A liberdade deveria nos impulsionar para pregação do evangelho. Você imagina se eu tivesse o comprometimento desse menino com toda a minha liberdade? Qual “estrago” estaríamos fazendo nos dias atuais… Quantas pessoas já teriam se rendido a Cristo por causa de minha obediência e comprometimento?! Que eu e você possamos usar nossa liberdade para cumprir nossa vocação como igreja de Cristo: levar as boas novas antes que a perseguição seja necessária para comprometer meu coração.

Leia também: Igreja indígena Pataxó comemora 9 anos

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *