Na varanda com o autor | Dagmar Grzybowski

 

Ela é natural de Curitiba, formada em psicologia e atualmente trabalha como Terapeuta Familiar Sistêmica.

Em comemoração ao seu aniversário, o Na varanda com o Autor recebe a grande amiga Dagmar Fuchs Grzybowski. Em parceria com seu marido Carlos “Catito” Grzybowski é colunista da revista é autora do livro Pais Santos, Filhos Nem Tanto.

 

Alguma pessoa ou livro, em especial, influenciou sua aproximação da leitura e da escrita?

A minha família toda tem o hábito de ler muito, meus pais desde a minha mais tenra infância incentivavam a leitura. Lembro-me de que minha mãe lia para mim, todas as noites, livros infantis, em geral com algum fundo cristão. Também meu pai lia e contava histórias principalmente aos finais de semana. Sou de família alemã, por isso os mesmos eram nesta língua. Na casa dos meus pais não havia televisão até eu ter aproximadamente 15 anos, então a leitura era uma alternativa muito boa para os momentos de lazer. Venho de família cristã, e os momentos de leitura bíblica eram realizados após cada refeição, e também o estudo individual da palavra era sempre incentivado, prática que tenho conservado na minha vida atual. O meu empenho na produção de textos aconteceu bem mais tarde, na minha vida adulta, mas certamente foi influenciada por toda essa base que eu tive na minha infância e adolescência.

 

Quando a inspiração para escrever não vem…

Creio que a parte mais difícil em escrever algum texto é definir o tema. Depois que o mesmo está definido, procuro algum material sobre o assunto para me atualizar e inspirar.

 

O que os adultos devem ler para as crianças?

Acredito que a literatura destinada às crianças deve ser examinada previamente para avaliação dos valores passados. Infelizmente vivemos numa época em que os produtos destinados às crianças muitas vezes vêm com mensagens subliminares contrárias aos princípios do evangelho.  Mas quando esta avaliação é feita creio que se pode ler de tudo para as crianças, desde a Bíblia até literatura secular com bons valores.

 

Que conselho você gostaria de ter recebido na sua juventude?

Eu nasci e cresci num meio cristão pietista de posições bem claras e definidas, mas muitas vezes um pouco legalista. Penso que o que me fez falta na minha juventude foi ter os olhos mais abertos às diferenças, ser mais tolerante com os outros e aprender que a misericórdia de Deus vai muito além do que pensamos ou imaginamos.

 

Como você lida com o envelhecer?

O envelhecer faz parte do ciclo da vida, não é fácil percebemos que as nossas forças diminuem, que as dores aumentam, que os músculos não são mais tão firmes e a pele enruga. Mas a velhice também nos mostra que a vida continua na vida de nossos filhos e netos, que ainda temos muito para ensinar e aprender. Creio que os avós podem ter influência grande na vida dos netos, pois são mais tolerantes e em geral têm mais tempo do que os pais. Gosto muito dos momentos que tenho com meus três netos, são presentes indizível na minha vida, gosto de fazer jogos, montar cabanas, escutar música, ler histórias. Ter influência na formação da vida cristã deles, lembro-me de uma conversa longa sobre o Espírito Santo, que tive com a minha neta, então com 9 anos. Que presente poder falar claramente dos fundamentos da fé cristã. Oportunidades que se multiplicam a cada vez que estamos juntos.

 

O que mais a anima e o que mais a incomoda no meio evangélico?

Sempre fico surpreendida com a grande quantidade de material de excelente qualidade que se tem publicado no meio cristão, principalmente a Ultimato que tem investido em material de autores nacionais e outros de relevante valor. Por outro lado, tem me incomodado a pouca importância que a ética e os valores do evangelho apresentam ter na vida de muitos cristãos. A palavra de Deus é muito clara em relação à vários assuntos como por exemplo: traição, divórcio, mentiras, enganações, sexualidade, etc., mas hoje parece tudo relativizado. Frequentemente escuto em meu consultório que Deus não mostrou que tal atitude é errada e me parece que muitos que se dizem cristãos não leem a Bíblia, não vivem as verdades nela contidas, não percebendo que cada uma das atitudes tem consequências de benção ou de maldição.

 

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