Por Délnia M. C. Bastos

As práticas devocionais têm mais de 30 anos. Não estou falando do livro homônimo, cuja primeira edição comemora as Bodas de Prata este ano. Refiro-me ao ensino dessas práticas de forma sistemática e regular.

Em 1984 fui aluna de meu pai, o pastor Elben César, no primeiro curso de Práticas Devocionais. Isso aconteceu numa das salas da Igreja Presbiteriana de Viçosa. Eu estava com 21 anos. As Práticas foram adotadas como matéria curricular do CEM (Centro Evangélico de Missões), que ainda não possuía sede própria. Meu pai tinha a idade que tenho hoje. Ele ensinava suas Práticas com muito temor a Deus, muito amor aos alunos e intenso desejo de ver cada um se aprofundando na comunhão com Deus.

A coordenação do CEM pediu que ele estabelecesse algumas exigências acadêmicas no ensino e isso o deixou perdido! Ele defendia que não era o tipo de coisa passível de avaliação acadêmica. Ele detestava ter de exigir qualquer declaração de leitura, resenha de livro, prova ou trabalho escrito. Só desejava que os alunos se tornassem praticantes de uma forma que os levasse à verdadeira comunhão com Deus. Era tão reticente, que o CEM sofreu com a demora dele na entrega das avaliações, isso por muitos anos…

Logo as Práticas deixaram de ser mineiras (com cara de matutas?) para viajarem o país todo. O curso passou a ser dado anualmente na Missão Antioquia e na Kairós, e várias igrejas no Brasil organizaram minicursos para seus membros. Até hoje ex-alunos de meu pai me falam da profunda influência que as Práticas produziram em suas vidas. Muitos deles estão hoje em campos missionários, dentro e fora do Brasil, e as Práticas os ajudam a perseverar.

Elas foram de grande influência na vida de alguns netos também, já que meu pai não perdia a oportunidade de convidar cada um pra aproveitar a matéria no CEM, como ouvinte. (Isso também foi um “probleminha” para a coordenação do CEM, pois ele sempre trazia junto uma leva de alunos que não eram regulares na Escola de Missões).

As Práticas também passaram a ser parte visceral da minha vida. Em 2001, ajudei a produzir um livreto com oito práticas (da Leitura da Bíblia, da Oração, da Confissão, do Poder, da Humildade, da Confiança, da Espera e da Alegria) na forma de estudo bíblico. Sempre li e reli para voltar a praticar. Dirigi muitos estudos sobre o assunto.

O best-seller do meu pai foi marcado a ferro e fogo em muitos corações. Creio que posso dizer que é como um carimbo com o assunto preferido dele, deixado por onde passou.

• Délnia Bastos, casada, três filhos, é missionária e mora em Viçosa, MG.

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