Tânia Rêgo/AgBr

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I.
O voto é intransferível e inegociável. Com ele o cristão expressa sua consciência como cidadão. Por isso, o voto precisa refletir a compreensão que o cristão tem de seu país, estado e município.

II.
O cristão não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de ver a realidade social, mesmo que um líder da igreja tente conduzir o voto da comunidade noutra direção.

III.
Os pastores e líderes têm obrigação de orientar os fiéis sobre como votar com ética e com discernimento. No entanto, a bem de sua credibilidade, o pastor evitará transformar o processo de elucidação política num projeto de manipulação e indução político-partidário.

IV. 
Os líderes evangélicos devem ser lúcidos e democráticos. Portanto, melhor do que indicar em quem a comunidade deve votar é organizar debates multipartidários, nos quais, simultânea ou alternadamente, representantes das correntes partidárias possam ser ouvidos sem preconceitos.

V.
A diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica no Brasil impõe que não sejam conduzidos processos de apoio a candidatos ou partidos dentro da igreja, sob pena de constranger os eleitores (o que é criminoso) e de dividir a comunidade.

VI. 
Nenhum cristão deve se sentir obrigado a votar em um candidato pelo simples fato de ele se confessar cristão evangélico. Antes disso, os evangélicos devem discernir se os candidatos ditos cristãos são pessoas lúcidas e comprometidos com as causas da justiça e da verdade. E mais: é fundamental que o candidato evangélico queira se eleger para propósitos maiores do que apenas defender os interesses imediatos de um grupo religioso ou de uma denominação evangélica. É óbvio que a igreja tem interesses que passam também pela dimensão político-institucional. Todavia, é mesquinho e pequeno demais pretender eleger alguém apenas para defender interesses restritos às causas temporais da igreja. Um político de fé evangélica tem que ser, sobretudo, um evangélico na política e não apenas um “despachante” de igrejas. Ao defender os direitos universais do homem, a democracia, o estado leigo, entre outras conquistas, o cristão estará defendendo a Igreja.

VII. 
Os fins não justificam os meios. Portanto, o eleitor cristão não deve jamais aceitar a desculpa de que um evangélico político votou de determinada maneira porque obteve a promessa de que, em assim fazendo, conseguiria alguns benefícios para a igreja, sejam rádios, concessões de TV, terrenos para templos, linhas de crédito bancário, propriedades, tratamento especial perante a lei ou outros “trocos”, ainda que menores. Conquanto todos assumamos que nos bastidores da política haja acordos e composições de interesse, não se pode, entretanto, admitir que tais “acertos” impliquem a prostituição da consciência cristã, mesmo que a “recompensa” seja, aparentemente, muito boa para a expansão da causa evangélica. Jesus Cristo não aceitou ganhar os “reinos deste mundo” por quaisquer meios, Ele preferiu o caminho da cruz.

VIII. 
Os votos para Presidente da República e para cargos majoritários devem, sobretudo, basear-se em programas de governo e no conjunto das forças partidárias por detrás de tais candidaturas, que, no Brasil, são, em extremo, determinantes; não em função de “boatos” do tipo: “O candidato tal é ateu”; ou: “O fulano vai fechar as igrejas”; ou: “O sicrano não vai dar nada para os evangélicos”; ou ainda: “O beltrano é bom porque dará muito para os evangélicos”. É bom saber que a Constituição do país não dá a quem quer que seja o poder de limitar a liberdade religiosa de qualquer grupo. Além disso, é válido observar que aqueles que espalham tais boatos, quase sempre, têm a intenção de induzir os votos dos eleitores assustados e impressionados, na direção de um candidato com o qual estejam comprometidos.

IX. 
Sempre que um eleitor evangélico estiver diante de um impasse do tipo: “o candidato evangélico é ótimo, mas seu partido não é o que eu gosto”, é compreensível que dê um “voto de confiança” a esse irmão na fé, desde que ele tenha as qualificações para o cargo. Entretanto, é de bom alvitre considerar que ninguém atua sozinho, por melhor que seja o irmão em questão, ele dificilmente transcenderá a agremiação política de que é membro, ou as forças políticas que o apoiem.

X. 
Nenhum eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo que ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. No entanto, no âmbito político-partidário, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra de um cidadão, e não como uma profecia divina.

 

Nota: texto publicado na década de 90 pela então Aliança Evangélica Brasileira (AEvB).

  1. Todo o Decálogo se resume em apenas um mandamento: obedece as sugestões do Ariovaldo Ramos (Petista de má formação cognitiva [teólogo e filósofo… Há! – me engana que eu gosto]) que controla a mente fanática dos bobinhos da ULTIMATO para reeleger a DILMA e o CONTROLE DITATORIAL DO PT. Fazendo assim, continuaremos sucateando esse país, impondo um modelo bolivariano de democracia direta (tirana). No mínimo posso dizer o seguinte: vcs são estúpidos, e o juízo da providência virá sobre cada um dos que compõe a direção dessa revista pseudo-cristã. Gravem esse dia e essa profecia que entrego a cada um de vcs… É ao poder das trevas que vcs estão servindo, achando que estão do lado da luz. Acreditem nisso!!!!!!!

  2. ” (…) Ao defender os direitos universais do homem, a democracia, o estado leigo, entre outras conquistas, o cristão estará defendendo a Igreja.” ESTADO LEIGO?????????????

  3. O Ronaldo botou o dedo na ferida!
    ULTIMATO realmente não aprende. Incrível!

    ******
    PS. Imagina se a Dilma perder? A turma da esquerda perderá o juízo, para não dizer outra$ coisa$ mai$.

  4. Muitíssimo oportuno, no momento que nos surpreendemos vendo pastores fazerem campanha abertamente para o candidato de sua preferência. Parabéns a ULTIMATO, pela postura equilibrada e cristã.

  5. Parabéns à revista ULTIMATO, no momento que ficamos surpresa com a atitude de alguns pastores que estão orientando suas ovelhas a votarem no candidato de sua preferência (do pastor). O decálogo esclarece muito bem.

  6. ULTIMATO, revista séria, coerente, esclarecedora. O Decálogo alerta-nos sobre a nossa independência, e como muitos pastores agem, pensando que são donos do rebanho de DEUS. Afinal, se só fossem válidos os votos desses que se dizem pastores e querem que prevaleça os seus candidatos, não seria necessário que nós votássemos. O SENHOR possa abençoá-los ricamente!

  7. Muito bom o decálogo. Mais uma vez, parabéns Ultimato. O comentário extremamente agressivo (como o aqui registrado) não condizem com a postura de um discípulo de Cristo Jesus. Os cristãos não devem ser “fanáticos” por um Sistema ou por uma Ideologia Política ou outro que lhe seja oposto: NEM ANTIPETISMO, NEM ANTITUCANATO… NADA DE ADESÃO A UM LADO, COMO SE FOSSE MONOPÓLIO DA VERDADE, E REPUDIAR O OUTRO. Amém.

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