de Laurindo Rabelo

Deus pede estrita conta do meu tempo,
É forçoso do tempo já dar conta;
Mas como dar em tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo?

Para ter minha conta feita a tempo,
Dado me foi bom tempo e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta;
Quero, hoje, fazer conta e falta tempo.

Oh! vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis esse tempo em passa-tempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

Mas, oh! se esses que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não choravam, como eu, o não ter tempo.

    • Sra. Valéria,
      Na tentativa de esclarecer informo que o Laurindo Rabelo é de 1826, falecido em 1864, portanto, não poderia transcrever o soneto. Atribui-se ao Frei Antonio Chagas (1631-1682) a autoria. A dúvida sobre a autoria é um assunto interessante que deveria ser esclarecida pela ABL.

      • Interessante que esse poema “a conta e o tempo” foi uma das poucas heranças que meu pai deixou em sua carteira , escrita com uma caligrafia de arte como sua época fazia e tinha o autor como desconhecido. feliz por saber indicios da autoria.

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