ImitadoresLeia comigo Efésios 5:1,2: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”.

Eu vejo nessa recomendação do apóstolo Paulo uma mensagem natalina. Ela fica clara quando tento responder à pergunta: “imitadores de Deus em que sentido?” E a resposta vem sugerida pelo próprio Apóstolo: “no sentido de Jo 3.16”: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna“.

A expressão “de tal maneira” traz a ideia de grandeza, sem especificá-la. Porém, no contexto da recomendação paulina de ser imitador de Deus, ela se torna importante. Como que a dizer: “ame, você também, de tal maneira que dê”.

E o que significa “amar de tal maneira”? Significa, talvez, que meu amor deva ser algo parecido com o exemplo utilizado por Paulo: “como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós”.

Encontro nos dicionários as palavras charis, no latim, e ágape, no grego, para descrever “caridade”; o amor que pressupõe um necessitado. Não temos caridade em relação a um ursinho de pelúcia. Nem mesmo em relação a uma flor (a não ser que sejamos o Pequeno Príncipe). Eles não têm necessidades. O amor de Deus olha para um necessitado e o ama com ágape ou caridade. E dá seu Filho. Ou se entrega a si mesmo, na pessoa dele.

Entretanto, a expressão “de tal maneira que” traz também a ideia de intensidade. Ou seja, “ame com a intensidade suficiente para movê-lo”.

Já lhe aconteceu de tentar ligar o carro, de manhã, e, embora as luzes internas estejam acesas, na hora de girar o motor, ele não roda? A bateria! Ela tem um pouco de carga, mas não o suficiente para girar o motor de arranque. Os imitadores de Deus, os caridosos, têm uma “carga de amor” capaz de mover o “motor” das boas obras.

Natal é tempo de caridade. Não apenas no sentido comum de ajudar a um pobre da rua, inspirado pelo “espírito das festas”. É mais que isso; é um chamado à caridade. Um chamado à imitação da Caridade, ao ponto de fazer de nós pessoas caridosas: gente que olha, vê e socorre o necessitado. Gente disposta a viver as alegrias e dores que esse amor traz. Como as alegrias e dores que Deus, em Cristo, viveu (e ainda vive) em relação a nós.

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