desafioVocê sabe que um pastor é jovem — ou dedicado aos jovens — quando ele usa a prática de desafiar as pessoas. Ao terminar o sermão, ele diz: “Quero desafiar você a…”.

Acho que tem a ver com o fato de que jovem gosta de desafios (no meu tempo, gostava); não resiste; quer provar que pode, que sabe, ou que é capaz. Mesmo que seja só para si mesmo.

“Você não consegue plantar bananeira por cinco minutos, sem cair!” Lá ia eu, com os meus vinte anos, tentar, tentar, até conseguir. Aí, o desafiante dizia: “é, mas você não consegue subir uma escada, plantando bananeira” E o bobo aqui ia treinar, treinar, até conseguir. E chamava o desafiante só para mostrar. E ficava morto de raiva ao perceber que o desafiante nem se lembrava mais do desafio. Em tempo: plantar bananeira é ficar na posição de “apoio de mão”, com as pernas para cima.

Quanto a mim, desafios não não me desafiam mais. Eu não tomo decisões porque fui “desafiado”. Nem mesmo pelo pastor. Dificilmente parto para “provar” a ele (ou a Deus) alguma coisa — Ah, ele vai ver que consigo orar três vezes no dia, que nem Daniel. Até porque ele nunca vai me perguntar como eu reagi ao seu desafio. Um pregador visitante, por exemplo, nunca vai saber. Nem pode saber quem eu sou. Ele lança seus desafios e espera que as pessoas reajam positivamente.

Com a idade, uma pessoa deixa de precisar provar coisas para os outros e para si mesma. Essa linguagem de “poder” já não a atrai muito. Seja porque já provou tudo o que tinha para provar, seja porque já se convenceu de que não consegue. Entregou as armas. É o meu caso. 😉

Não, prefiro ser inspirado. Reajo melhor quando sou despertado, estimulado, movido, exortado. Até uma admoestação me é mais mobilizante. Desafios me caem no vazio. É coisa para jovem, penso eu, cá com meus botões. Se é que as coisas ainda são assim entre os jovens.

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