Emoções, linguagem, expressão, beleza, prazer, gozo, fruição… Esses termos funcionam como mediadores de realidades tanto importantes quanto difíceis de explicar. Abrem passagem para um jardim interno da alma; aquele lugar secreto que gostamos de visitar, mas com cujo caminho nem sempre acertamos; aquele “mundo” só nosso, onde muitas vezes temos experiências personalíssimas e, de certa forma, intransferíveis, inenarráveis, inefáveis. Refiro-me à dimensão íntima e estética da experiência do amor de Deus. Em outras palavras, aprouve ao Altíssimo, pelo fato de que nossa alma veio dele, que toda tentativa de volta ao jardim, toda busca de religação com ele mesmo se constituísse em experiência linda e deliciosa. Penso que foi da vontade do Criador que todo gozo e fruição do prazer estético fossem associados ao seu amor e reconhecidos como dádiva sua. Esse reconhecimento, que chamamos de gratidão, está na origem da verdadeira adoração. Não será por isso que o salmista nos convida a adorar ao Senhor na beleza de sua santidade (Sl 96.9)?

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